Um dos maiores produtores de petróleo do mundo está a virar-se para a mobilidade elétrica. Mais de 40% dos consumidores da Arábia Saudita está a pensar comprar um automóvel elétrico nos próximos 3 anos.
Neste artigo:
Sauditas querem comprar carros elétricos
Um estudo da PricewaterhouseCoopers (PwC), indica que 4 em cada 10 sauditas está a pensar seriamente em comprar um carro 100% elétrico (BEV), mas o país tem de avançar para uma rede de infraestrutura de carregamento.
Atualmente, os veículos elétricos representam pouco mais de 1% das vendas globais de automóveis na Arábia Saudita e a maior parte dos compradores são pessoas que têm condições para carregar os seus BEV. E isto porque os postos de carregamento públicos são praticamente inexistentes naquele país produtor de petróleo.
Arábia Saudita com ambição
Mas a ambição do reino é grande. O país quer que 30% dos automóveis da sua capital, Riade, sejam elétricos até 2030, e a EVIQ está a montar estações de carregamento rápido com a ambição de ter 5.000 carregadores rápidos em 1.000 locais no mesmo prazo temporal.
Em declarações à CNN Internacional, o CEO da EVIQ, Mohammad Gazzaz, afirma que “muito poucas pessoas estão dispostas a comprar um veículo elétrico sem ter o conforto de ver a infraestrutura disponível”. “Estamos a abrir caminho”, sublinhou.
Avançar com infraestrutura de carregamento
Hoje, existem carregadores EVIQ em Riade, Jidá, Dammam e Khobar, tendo sido inaugurada a primeira estação de carregamento de veículos elétricos numa autoestrada. A empresa, que é uma joit-venture entre o fundo de investimento soberano da Arábia Saudita (PIF) e a companhia de eletricidade, vai disponibilizar entre 50 a 60 novos locais de carregamento este ano, incluindo em cidades mais pequenas como Meca e Medina. Até ao final de 2026, Gazzaz prevê que o país tenha uma “rede mínima viável”.
“Não estamos a falar apenas de cidades de primeiro e segundo níveis, e cobrindo algumas destas autoestradas principais”, disse à CNN Internacional. “Estamos a tentar cobrir cerca de 70 a 80% das necessidades de viagens em todo o Reino até 2026.”
Construir um ecossistema
A criação de uma infraestrutura de carregamento que permita uma mais rápida adoção dos automóveis elétricos não é a única prioridade da Arábia Saudita.
O reino pretende mesmo construir um “ecossistema industrial inteiro” e tornar-se um centro de produção de veículos elétricos. O PIF é o principal acionista da Lucid, marca norte-americana de automóveis elétricos, que já tem uma fábrica de montagem automóvel na Arábia Saudita.
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O dinheiro do petróleo foi também utilizado para a criação de uma joint-venture entre o PIF e a Foxconn para a criação da CEER, que pretende construir um automóvel elétrico saudita até 2026. O mesmo fundo soberano fez outra parceria com a Hyundai para a construção de uma outra fábrica automóvel no país, que já está em execução.
Heiko Seitz, líder global de eMobility da PwC Médio Oriente e autora do relatório eMobility, afirmou à CNN que a Arábia Saudita está a adoptar a “eMobility como uma alavanca estratégica para descarbonizar, diversificar a sua economia e localizar a produção em escala”.