A China e a Europa lideram a expansão global dos veículos elétricos e híbridos plug-in, enquanto os Estados Unidos registam quebra após corte antecipado nos incentivos fiscais. América Latina e Ásia emergente superam Norte América pela primeira vez, revela novo estudo.
Neste artigo:
China e Europa com procura robusta
As vendas globais de veículos elétricos (EV) e híbridos plug-in (PHEV) aumentaram 24% em junho de 2025 face ao mesmo mês do ano anterior, segundo dados divulgados pela empresa de estudos de mercado Rho Motion.
O crescimento é impulsionado por uma procura robusta na China e na Europa, enquanto o mercado norte-americano registou queda, afetado por mudanças na política fiscal e uma desaceleração em regiões-chave.
Vendidos 1,8 milhões de unidades
No total, foram vendidos 1,8 milhões de veículos elétricos e PHEV em junho, com destaque para o desempenho da China, que registou 1,11 milhões de unidades, mais 28% do que há um ano. A Europa cresceu 23% para cerca de 390.000 unidades, enquanto os Estados Unidos e Canadá recuaram 9%, ficando ligeiramente acima de 140.000 veículos.
“Tem havido notícias nos últimos meses de alguns sinais de abrandamento na China, devido à suspensão temporária de subsídios em algumas cidades,” explicou Charles Lester, gestor de dados da Rho Motion, citado pela Reuters. “Mas esperamos que na segunda metade do ano os apoios sejam renovados, o que deverá provocar um forte impulso nos volumes até dezembro.”
América emergente ultrapassa os Estados Unidos
Um dos dados mais relevantes do relatório da Rho Motion é que os países classificados como “resto do mundo” — incluindo América Latina, Sudeste Asiático e África — registaram uma subida de 43%, ultrapassando pela primeira vez os números da América do Norte, o segundo maior mercado automóvel global. Este grupo também superou os 140.000 veículos em junho, evidenciando uma consolidação da mobilidade elétrica nos mercados emergentes, onde marcas chinesas como a BYD têm ganho terreno.
Segundo Lester, este crescimento é alimentado por modelos elétricos mais acessíveis e pela expansão da oferta em mercados como Brasil, México, Indonésia e África do Sul, onde as infraestruturas de carregamento têm beneficiado de investimento público e privado.
Europa resiste com incentivos e gama acessível
Na Europa, o crescimento é sustentado por incentivos nacionais em mercados-chave como Alemanha e Espanha, tanto para compradores particulares como para frotas. Estes apoios combinam-se com o lançamento de novos modelos elétricos mais baratos, que tornam o acesso à mobilidade elétrica mais fácil para consumidores médios.
Marcas europeias como Volkswagen e Renault continuam a liderar o segmento dos pequenos veículos elétricos, mas a penetração crescente de modelos chineses — nomeadamente da BYD — está a provocar reconfigurações na quota de mercado continental, segundo os analistas da Rho Motion.
Venda de veículos elétricos abranda nos EUA
Nos Estados Unidos, a quebra nas vendas é atribuída principalmente ao corte antecipado dos créditos fiscais para veículos elétricos, após a aprovação do novo orçamento do Presidente Donald Trump, que acelerou o fim dos incentivos em vigor. A medida apanhou muitos fabricantes de surpresa, levando vários deles a reverem ou retirarem as suas projeções comerciais para o ano de 2025.
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Além disso, a entrada em vigor de tarifas de 25% sobre veículos importados afetou a competitividade de marcas estrangeiras, em especial as europeias e chinesas. Estas taxas, consideradas como barreiras comerciais por vários analistas, poderão distorcer o mercado norte-americano e prolongar o impacto negativo no segundo semestre.