A Ferrari decidiu adiar o lançamento do seu segundo modelo 100% elétrico, inicialmente previsto para 2026, para 2028 ou mais tarde, devido à reduzida procura por veículos elétricos de elevado desempenho
A informação foi revelada por duas fontes próximas da empresa à Reuters, indicando que a decisão visa dar mais tempo à marca para desenvolver tecnologia própria, embora a baixa procura seja o fator principal para o adiamento.
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A aposta elétrica da Ferrari
A Ferrari entrou no mundo da eletrificação em 2019, com modelos híbridos e tanto o S90 Stradale como o 296 GTB são apostas ganhas. A marca está agora prestes a lançar o seu primeiro modelo totalmente elétrico, num processo dividido em três fases, que culminará com uma apresentação mundial na primavera de 2026. Os primeiros exemplares deverão ser entregues aos clientes em outubro do mesmo ano.
Este primeiro elétrico, co-desenhado pelo ex-Diretor de Design da Apple, Jony Ive, promete ser um modelo inovador e terá um custo superior a 430.000 euros. No entanto, fontes internas citadas pela agência noticiosa revelam que se trata de um veículo de baixa produção e mais simbólico do que estratégico. A segunda geração de elétricos será a verdadeira aposta da Ferrari na eletrificação, mas encontra-se agora atrasada.
Desafios da eletrificação no segmento de luxo
A resistência dos clientes a desportivos elétricos tem sido um obstáculo para várias marcas de automóveis de luxo e alta performance.
Além da Ferrari, outras marcas têm ajustado os seus planos de eletrificação. A Lamborghini, rival italiana, adiou o lançamento do seu primeiro modelo elétrico de 2028 para 2029, enquanto a Porsche reduziu o ritmo da sua transição elétrica devido às baixas vendas dos modelos elétricos Macan e Taycan. A Maserati, por sua vez, cancelou o projeto de uma versão elétrica do MC20.
O futuro elétrico da Ferrari
A Ferrari não comenta oficialmente o adiamento, mas as fontes afirmam que, internamente, a marca vê o segundo modelo elétrico como o verdadeiro game changer da sua estratégia. Este veículo terá um volume de produção mais expressivo, estimado entre 5.000 e 6.000 unidades ao longo de cinco anos, mas atualmente não há procura suficiente para justificar o investimento.
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Apesar do adiamento, a Ferrari manterá o seu compromisso com a eletrificação, e deverá apresentar um novo plano estratégico de longo prazo aos investidores a 9 de outubro de 2025.