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Kia prepara citadino elétrico abaixo dos 25 mil euros

A Kia está a desenvolver um novo modelo citadino elétrico e aposta numa plataforma digital que promete acelerar ciclos de produção e reduzir custos. EV6 e EV9 terão sucessores com esta nova base.

Citadino elétrico até ao final da década

A Kia está a preparar uma nova vaga de modelos elétricos para a segunda metade da década, e entre as novidades destaca-se um novo citadino 100% elétrico com preço inferior a 25 mil euros. A confirmação foi dada por Ho Sung Song, presidente e CEO da marca, que reforçou o compromisso da Kia com a acessibilidade, a inovação digital e a flexibilidade tecnológica.

“O destino final na Europa é claramente elétrico, e queremos ser um dos protagonistas dessa transição,” afirmou Song em declarações ao Autocar. “Mas, como marca global, temos de responder a diferentes realidades de mercado, o que implica manter uma oferta diversificada de motorizações.”

Ho Sung Song, presidente e CEO da Kia

Um novo citadino elétrico abaixo do EV2

O novo modelo de entrada posicionar-se-á abaixo do futuro EV2, previsto para 2026, e terá como missão substituir — ou complementar — o atual Kia Picanto, que continua a vender bem na Europa. Apesar da pressão regulatória que tem levado ao desaparecimento de muitos citadinos com motor a combustão, a Kia não tem pressa em retirar o Picanto do mercado.

“O Picanto continuará disponível até conseguirmos lançar um elétrico acessível que o possa substituir com vantagem,” explicou Song. “Estamos a estudar e a desenvolver essa proposta — é o nosso ‘trabalho de casa’ neste momento.”

O objetivo é claro: oferecer um modelo urbano 100% elétrico por menos de 25 mil euros, sem comprometer a qualidade, a segurança ou a experiência digital. Para este citadino elétrico, a marca está a explorar soluções de design inspiradas na filosofia minimalista da marca japonesa Muji, com foco na simplicidade, funcionalidade e personalização.

“Queremos criar algo super básico, mas que possa ser individualizado para diferentes tipos de clientes,” revelou Karim Habib, diretor de design da Kia. “É aí que está o verdadeiro desafio e também a oportunidade no segmento de entrada.”

Nova arquitetura digital para os modelos de topo

Paralelamente, a Kia está a desenvolver uma nova arquitetura para veículos definidos por software (SDV — Software Defined Vehicles), que servirá de base para os sucessores do EV6 e do EV9. Esta plataforma permitirá integrar todos os sistemas eletrónicos num núcleo centralizado, facilitando atualizações remotas, personalização da experiência do utilizador e redução de custos de desenvolvimento.

Kia citadino elétrico
O novo citadino da Kia deverá chegar até ao final da década @Kia

“Estamos a separar o desenvolvimento de hardware e software, o que nos dá mais flexibilidade e ciclos de produção mais curtos,” explicou Song. “Isso traduz-se em veículos mais atualizados, mais estáveis e mais acessíveis.”

O primeiro protótipo desta arquitetura — conhecido como “SDV Pace Car” — deverá ser apresentado em 2026, com os primeiros modelos de produção a chegarem ao mercado antes do final da década.

Gama diversificada para um mundo desigual

Apesar da aposta clara na eletrificação, a Kia não pretende abandonar outras tecnologias. A marca continuará a investir em híbridos, híbridos plug-in e até em motores de combustão interna, especialmente para mercados emergentes onde a infraestrutura de carregamento ainda é limitada.

Song destacou ainda o interesse da marca em desenvolver veículos com extensor de autonomia (EREV), especialmente para modelos maiores e mais pesados, onde a tecnologia 100% elétrica ainda enfrenta desafios de custo e eficiência.

“Temos de ser realistas e responder às necessidades de cada mercado,” afirmou o CEO. “Na Europa, a tendência é clara e o nosso alinhamento é total com os EVs. Mas noutros mercados, como o Norte de África, os motores térmicos ainda são essenciais.”

Inovação contínua no design e na experiência digital

A Kia também está a preparar uma nova linguagem de design para os seus modelos futuros, reconhecendo que a atual filosofia já está no mercado há cinco anos. “Temos de evitar a repetição e manter a frescura visual,” disse Song. “O design é um dos principais fatores de decisão para os nossos clientes.”

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Além disso, a marca planeia integrar assistentes de inteligência artificial nos seus veículos, em parceria com empresas como a Samsung, para oferecer uma experiência digital mais rica e intuitiva. A condução autónoma também continuará a ser uma prioridade, com integração progressiva na nova arquitetura SDV.

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