Ensaiámos o Polestar 4 model year 2026 e gostámos do que sentimos: a marca sueca ouviu os clientes e o carro está melhor, sendo que já era muito bom.
Ouve um resumo do artigo:
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Neste artigo:
Polestar 4: a primeira vez
Conduzi pela primeira vez um Polestar 4 na sua apresentação oficial na Península Ibéria, em setembro do ano passado. Foram cerca de 200 quilómetros em estrada e autoestrada que permitiram formar uma opinião sobre o modelo.
E, na altura, escrevemos o seguinte: “O Polestar 4 revela-se um automóvel 100% elétrico que nasceu para rolar na estrada. O conforto dos ocupantes e a boa autonomia que consegue fazem do modelo um estradista.”

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Uma primeira impressão que se confirma
Agora, mais de um ano depois e já com a segunda geração do Polestar 4, a primeira impressão confirma-se totalmente. Estamos na presença de um automóvel elétrico muito bem conseguido.
A marca sueca conseguiu um automóvel muito bem desenhado, com uma excelente aerodinâmica e muito cuidado nos acabamentos.

Problema resolvido. Check!
Começámos a análise a dizer que a Polestar ouviu os seus clientes. O modelo foi o primeiro automóvel sem vidro traseiro, com a visão traseira a ser assegurada por uma câmara que transmite para o retrovisor interior.
Na altura, entre os jornalistas foi comentada a dificuldade de focar a imagem do retrovisor. A própria marca tinha disso noção e dizia que “uma pessoa habitua-se em 3 ou 4 dias”.

Pois no novo Polestar 4, e depois de atualizado o software, olha-se para o espelho retrovisor e a imagem lá está, nítida, sem qualquer necessidade de habituação. À terceira espreitadela, é como se estivéssemos a olhar para um retrovisor normal, só que com muito maior definição e abrangência de imagem.
Problema resolvido. Check!
Conduzir com o One Pedal Drive
Desta vez, a experiência de condução do Polestar 4 envolveu cidade (em hora de ponta com muito trânsito) e a condução com um pedal revelou-se providencial.
O carro respondeu sempre muito suavemente no para-arranca. O automóvel tem três níveis de regeneração, que são acionáveis no ecrã central. Só que agora possui um quarto nível para descidas muito íngremes e a que se acede numa outra zona do sistema de infoentretenimento.
Polestar 4: caraterísticas técnicas
Long range Single motor (RWD) vs Long range Dual motor (AWD)
| Item | Single motor | Dual motor |
|---|---|---|
| Linha motriz | ||
| Tração | Traseira (RWD) | Integral (AWD) |
| Potência | 200 kW: 272 cv | 400 kW: 544 cv |
| Binário | 343 Nm | 686 Nm |
| 0-100 km/h | 7,1 s | 3,8 s |
| Velocidade máx. | 200 km/h | 200 km/h |
| Bateria e autonomia (WLTP) | ||
| Capacidade da bateria | 100 kWh | 100 kWh |
| Autonomia objetivo (WLTP) | 620 km | 590 km |
| Consumo de energia (WLTP) | 17,8-18,4 kWh/100 km | 19,0-21,7 kWh/100 km |
| Carregamento | ||
| Carregamento DC | Até 200 kW | Até 200 kW |
| DC 10-80% | 30 min | 30 min |
| Carregamento AC | 11 kW: 0-100% em 11 h: 22 kW (Pack Plus): 0-100% em 5,5 h | 11 kW: 0-100% em 11 h: 22 kW (Pack Plus): 0-100% em 5,5 h |
| Pesos e reboque | ||
| Tara | 2230 kg | 2355 kg |
| Peso de reboque | Até 1500 kg | Até 2000 kg |
| Dimensões exteriores | ||
| Comprimento | 4840 mm | 4840 mm |
| Distância entre eixos | 2999 mm | 2999 mm |
| Altura | 1534 mm | 1534 mm |
| Largura (retrovisores recolhidos) | 2067 mm | 2067 mm |
| Arrumação | ||
| Bagageira traseira | 526 L: até 1536 L (bancos rebatidos) | 526 L: até 1536 L (bancos rebatidos) |
| Frunk | 15 L | 15 L |
| Plataforma | ||
| Direção | Direção assistida elétrica com 3 modos: ligeiro, normal e firme | Direção assistida elétrica com 3 modos: ligeiro, normal e firme |
| Travões (série) | Discos ventilados 364×30 mm (frente): 350×26 mm (trás) | Discos ventilados 364×30 mm (frente): 350×26 mm (trás) |
Condução autónoma Nível 2
Em autoestrada, usei e abusei da condução autónoma de nível 2 do Polestar 4. Com as mãos colocadas no volante, mas sem o controlar, o automóvel levou-me ao longo de dezenas de quilómetros sem qualquer momento de maior adrenalina.

O cruise controle adaptativo e o Pilot Assist fazem bem o seu trabalho, mantendo o carro ao centro da faixa de rodagem e ajustando a velocidade ao trânsito.
Uma bolha insonorizada
A suavidade da condução assistida permitiu gozar a insonorização do automóvel. Fechar as portas do Polestar 4 é como colocar uns auscultadores com cancelamento de ruído ativo.
A insonorização é um dos muitos trunfos do SUV Coupé da marca sueca, com a “engenharia minuciosa, os vidros embutidos e a longa distância entre eixos” a fazerem do modelo um carro elétrico muito silencioso, bem mais do que o já confortável Polestar 2.
Está então encontrado o melhor ambiente para escutar o som premium que sai das 12 colunas Harman Kardon.
Equipamento não falta
Ensaiámos a versão Long Range Single Motor com o Pack Plus. O Polestar 4 ensaiado tinha o head-up display, que projeta a informação essencial no parabrisas e que, para mim, é um must have.
Mas por ter o Pack Plus, o Polestar 4 tinha ainda Faróis de Pixel LED com máximos adaptativos, porta da bagageira elétrica com sensor de pé, retrovisores exteriores com obscurecimento automático, ecrã de controlo traseiro, bancos dianteiros reguláveis em 12 direções com entrada/saída fácil, bancos traseiros elétricos reclináveis, volante e bancos traseiros aquecidos e climatização de 3 zonas.
Design escandinavo
O Polestar 4 é um automóvel em que foi colocado todo o cuidado para fazer jus à excelência do design escandinavo. Os materiais são de boa qualidade e, no caso da napa dos bancos, rastreáveis até à sua origem.

No Polestar 4, os tradicionais painéis decorativos de madeira e metal foram substituídos por um tecido de malha técnica ultrafina. Os painéis das portas são cobertos com a decoração iluminada Star knit , que podem ser retro iluminados juntamente com o painel de instrumentos e mudam de cor com a iluminação inspirada no sistema solar.
Os materiais têm um aspeto resistente e são macios ao toque. No Polestar 4 não há lugar para plásticos duros. Este é um carro pensado para o máximo conforto dos ocupantes.



Espaço e conforto para todos
O que nos leva até à segunda fila de bancos. Não é por o Polestar 4 não ter vidro traseiro que os passageiros do banco traseiro se sentem enclausurados. Bem pelo contrário.
Ao abdicar do vidro traseiro, os engenheiros puderam aumentar a altura ao nível da cabeça dos passageiros que viajam atrás, que têm ainda o teto panorâmico eletrocrómico, que impede o encadeamento e que, através do ecrã, se pode tornar opaco.
No melhor pano cai a nódoa
O Polestar 4 é um automóvel entusiasmante, sem dúvida, mas houve um pormenor durante os vários dias de teste, que me fez ficar com a pulga atrás da orelha…
Quando circulava em empedrado ou mesmo apenas num asfalto mais irregular, surgia um ruído parasita na consola do retrovisor interior.
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Este foi o aspeto menos bom. Mesmo que tenha sido sujeito a testes mais intensivos pelos meus colegas jornalistas, um carro novo que se quer premium não pode ter ruídos parasitas.
Campeão de vendas em Portugal
Mas será isso o suficiente para torcer o nariz ao Polestar 4? Não, nem por sombras. Este é um carro muito bem conseguido e que conseguiu melhorar na versão Model Year 2026.
Não é por acaso que é o campeão das vendas da marca em Portugal. Miguel Pinto, diretor-geral da Polestar Portugal, disse ao EVMag que o Polestar 4 é responsável por 70% das vendas da marca no nosso país.



