As receitas da Polestar cresceram 56,5% no primeiro semestre de 2025, mas o prejuízo líquido subiu para valores estratosféricos.
Neste artigo:
Receitas crescem 51,1%
As receitas da Polestar atingiram os 1.423 mil milhões de dólares na primeira metade do ano, impulsionadas por um aumento de 51,1% nas vendas a retalhos. Os resultados agora divulgados refletem uma estratégia de expansão comercial agressiva, com a abertura, em média, de cinco novos pontos de venda por mês no segundo trimestre.

“O nosso desempenho operacional no primeiro semestre de 2025 confirma que estamos a fazer o que é certo, num mercado difícil: expandir a presença comercial, vender mais carros e manter o foco na gestão de custos e inventário,” afirmou Michael Lohscheller, CEO da Polestar. “O lançamento do Polestar 5 no IAA em setembro irá reforçar a nossa posição como marca líder em veículos elétricos de alta performance.”
Grande prejuízo líquido
Apesar do crescimento nas receitas, a marca sueca registou um prejuízo líquido de 1.193 milhões de dólares. A empresa reduziu o valor recuperável do Polestar 3 para 25 milhões de dólares, resultando numa perda por redução ao valor recuperável de 739 milhões de dólares.

Em nota de imprensa, a Polestar revela que “o maior custo de vendas esteve também associado a maiores volumes de vendas e ao maior custo de produção do Polestar 3 e do Polestar 4, bem como a tarifas mais elevadas, parcialmente compensadas por uma redução dos custos dos materiais dos veículos vendidos, incluindo o custo da bateria”.
Menores custos e créditos de carbono
Os números agora revelados pela empresa sueca revelam que a margem bruta ajustada foi positiva em 1,4%, o que representa uma melhoria de 4 pontos percentuais face ao primeiro semestre de 2024. No entanto, a margem bruta total foi negativa em 49,4%, refletindo o impacto da imparidade e dos custos elevados de produção dos modelos Polestar 3 e Polestar 4.
A melhoria na margem ajustada resulta, de acordo com a empresa, “de uma maior proporção de modelos com margens superiores, redução nos custos de materiais, incluindo baterias, e receitas provenientes da venda de créditos de carbono”, que totalizaram 72 milhões de dólares no semestre.
A situação em Portugal
A Polestar opera atualmente em 28 mercados, tendo iniciado vendas em França em junho. O número de pontos de venda fora da China aumentou 39,7%, com 48 novas localizações. No total, foram assinados 26 novos contratos com parceiros de retalho no primeiro semestre.

Em Portugal, a marca inaugurou no início do ano a sua segunda loja física e prepara-se para avançar com uma loja também no Algarve. A marca vendeu desde janeiro 345 unidades no nosso país, o que representa um crescimento de 119,7% comparativamente ao mesmo período de 2024. Em agosto, colocou 36 unidades no mercado.
Financiamento e novas linhas de crédito
A marca sueca encerrou o semestre com uma posição de caixa de 719 milhões de dólares. Durante o período, a empresa angariou 200 milhões de dólares em novo capital através de um investimento privado (PIPE) da PSD Investment, entidade controlada por Eric Li, fundador da Geely Holding Group, proprietária da Polestar.

Além disso, foram renovadas ou asseguradas novas linhas de crédito no valor total de 2,1 mil milhões de dólares. A empresa afirma estar em conformidade com os seus compromissos financeiros, após renegociação de convénios com os bancos envolvidos.
Polestar avalia impactos das tarifas
A Polestar mantém o objetivo de crescimento anual de 30 a 35% nas vendas a retalho entre 2025 e 2027, mas continua sem emitir previsões financeiras, após ter retirado as suas orientações em abril. A empresa justifica esta decisão com a volatilidade do mercado, alterações regulatórias e impacto das tarifas internacionais.
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“Estamos a avaliar o impacto das mudanças políticas e tarifárias, bem como a dinâmica dos mercados, e continuamos a procurar novas formas de cooperação, especialmente com a Volvo Cars,” refere o comunicado oficial.



