A Stellantis abriu uma nova frente logística com a exportação a partir do Porto de Leixões. O primeiro lote de 551 viaturas embarcou no navio MV AUTO ENERGY, movido a gás natural liquefeito (GNL).
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Stellantis exporta 1.660 viaturas por mês
A partir de agora, uma parte relevante da produção passa a sair do país pelo Porto de Leixões, num fluxo regular de exportação que arranca com 551 viaturas embarcadas num único navio.
A operação, realizada em colaboração com várias entidades portuárias nacionais, é descrita pela própria empresa como um reforço da presença de Mangualde nos fluxos de exportação feitos a partir de território nacional.

Segundo o comunicado da Stellantis, está prevista numa fase inicial a exportação de cerca de 1 600 viaturas por mês através de Leixões, o que é considerado “um passo relevante na otimização logística da empresa”.
Modelos que estão a ser exportados por Leixões
A nova rota não é abstrata: tem nome e apelido em cada viatura. A Stellantis confirma que, a partir deste mês, uma parte significativa da produção nacional dos seguintes modelos passa a ser expedida por Leixões:
- Citroën Berlingo
- Citroën Berlingo Van
- Fiat Doblò
- Opel Combo
- Peugeot Partner
- Peugeot Rifter
Tratam-se de veículos comerciais ligeiros e versões de passageiros, num portefólio que inclui já variantes 100 por cento elétricas produzidas em Mangualde, como ë-Berlingo, e-Doblò, Combo Electric e E-Partner/E-Rifter.
Na prática, aquilo que até agora seguia maioritariamente por portos estrangeiros passa a ter uma saída estruturada a partir do norte de Portugal, com viaturas prontas a seguir para vários mercados europeus.
Operação pioneira com o navio MV AUTO ENERGY
A estreia fez-se com o navio ro-ro MV AUTO ENERGY, uma unidade especializada no transporte automóvel, movida a gás natural liquefeito. O Porto de Leixões descreve a operação como “totalmente inédita”, uma vez que foi a primeira vez que um navio ro-ro atracou a montante da ponte móvel, numa área concessionada ao terminal TCGL.
O MV AUTO ENERGY tem 182 metros de comprimento, 30 metros de boca, 40 metros de altura e capacidade para aproximadamente 4 000 automóveis, dimensões que tornaram esta manobra “verdadeiramente pioneira no Porto de Leixões”.
Para a autoridade portuária e para o operador TCGL, esta operação demonstrou a capacidade das equipas nacionais para gerir um navio ro-ro de grandes dimensões numa zona mais exigente do porto, com toda a pilotagem, rebocadores e operações em cais assegurados por entidades portuguesas.
Mangualde reforça peso industrial e vocação exportadora
Mangualde é hoje um dos pilares da indústria automóvel portuguesa, com a Stellantis a representar mais de um quarto da produção de veículos em Portugal e com mais de 95 por cento do volume destinado à exportação.
Com o início da produção em série de comerciais ligeiros 100 por cento elétricos em 2024, a fábrica tornou-se também a primeira unidade em Portugal a produzir em grande série veículos de passageiros e comerciais elétricos a bateria.
A ligação direta a Leixões acrescenta uma peça importante a este puzzle:
- reduz passos intermédios na cadeia logística
- permite concentrar volume num porto nacional com forte conectividade marítima
- reforça a ancoragem de valor em operadores portugueses de logística e serviços portuários
Para a Stellantis, esta solução ajuda a alinhar produção, personalização em linha e expedição num corredor mais curto entre Mangualde e o mar, com ganhos de tempo, custo e previsibilidade nas entregas.
Reduzir emissões
A escolha de um navio movido a GNL para esta operação não é apenas um detalhe técnico. A utilização deste tipo de combustível permite reduzir emissões face a navios equivalentes a fuelóleo pesado, enquadrando a rota Mangualde:Leixões na estratégia de descarbonização tanto da Stellantis como da própria APDL.
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Com 551 viaturas já a caminho de mercados internacionais e uma cadência prevista de 1.600 unidades por mês, a Stellantis e o Porto de Leixões abrem uma nova fase na logística automóvel feita a partir de Portugal: modelos como Citroën Berlingo, Fiat Doblò, Opel Combo e Peugeot Partner/Rifter passam a ter no norte do país o seu novo ponto de embarque para o mundo.



