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Xiaomi perde 900 dólares com cada carro elétrico que vende

A Xiaomi perde 900 dólares com cada automóvel elétrico que vende, o que é um avanço significativo relativamente aos últimos números.

O gigante da eletrónica de consumo divulgou o seu relatório financeiro do primeiro trimestre de 2025, revelando avanços significativos no seu negócio de veículos elétricos, com um crescimento expressivo nas do SU7, o seu automóvel elétrico

Crescimento nas entregas e expansão da produção

Nos primeiros três meses do ano, a Xiaomi conseguiu entregar 75.869 unidades do seu SU7, elevando o total acumulado para 258.000 veículos desde o lançamento a 28 de março do ano passado.

A empresa anunciou planos para aumentar a capacidade produtiva, apostando numa escalada estratégica para fortalecer a sua posição no competitivo mercado de veículos elétricos. Este anúncio surge num momento em que a marca enfrenta uma crise de credibilidade na divisão de automóveis elétricos.

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No setor de veículos elétricos inteligentes e inovação em IA, a Xiaomi gerou uma receita total de 18,6 mil milhões de yuan (2,58 mil milhões de dólares), dos quais 18,1 mil milhões de yuan (2,51 mil milhões de dólares) vieram diretamente da venda de automóveis. O restante 500 milhões de yuan (70 milhões de dólares) foi proveniente de negócios relacionados.

Prejuízo por unidade vendida: ama melhoria em relação a 2024

O segmento de veículos elétricos e IA da Xiaomi apresentou uma margem de lucro bruto de 23,2%, mas ainda enfrenta um prejuízo operacional de 500 milhões de yuan (70 milhões de dólares). Isso representa um défice de cerca de 6.500 yuan (900 dólares) por veículo vendido no primeiro trimestre.

Apesar das perdas de 900 dólares por unidade, o cenário é mais positivo em comparação com 2024, quando a divisão de veículos elétricos da Xiaomi registou um prejuízo total de 6,2 mil milhões de yuan (862 milhões de dólares), com 136.854 unidades vendidas e uma perda média de 45.000 yuan (6.250 dólares) por carro.

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Por cada unidade do SU7 vendida, a Xiaomi perdeu 900 dólares @Xiaomi

Investimentos e estratégia de longo prazo

O presidente da Xiaomi Group, Lu Weibing, reconheceu os desafios financeiros enfrentados pela empresa, afirmando que o setor automóvel da Xiaomi ainda se encontra numa fase inicial, sem escala suficiente para gerar lucros. O executivo destacou que os elevados investimentos em fábricas próprias e tecnologias inovadoras são responsáveis pelas perdas de 900 dólares por unidade vendida, mas que esse padrão é comum no setor de veículos elétricos.

Segundo Lu, com o aumento das entregas, espera-se que os prejuízos diminuam gradualmente, à medida que economias de escala entrem em ação. Um dos fatores que sustentam essa visão otimista é a forte procura pelo modelo SU7 Ultra, mais caro e com melhores margens de lucro.

Perspetivas para o futuro e o lançamento do YU7

Durante a conferência de apresentação dos resultados financeiros, Lu Weibing enfatizou o grande interesse do mercado pelo novo modelo YU7, programado para ser lançado em julho de 2025. Segundo o executivo, o número de potenciais clientes que forneceram informações de contacto após o evento de pré-lançamento do YU7 foi três vezes maior do que o registo do SU7 no mesmo estágio de divulgação.

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O YU7 é a próxima aposta da Xiaomi @Xiaomi

O YU7 terá um preço inicial estimado de 245.900 yuan (34.000 dólares), posicionando-se como um concorrente direto do Tesla Model Y, cujo preço começa nos 263.500 yuan (36.600 dólares) na versão standard e 313.500 yuan (43.500 dólares) na versão long-range com tração integral.

Xiaomi no setor automóvel: rumo à estabilidade financeira?

Os dados do primeiro trimestre indicam que a Xiaomi ainda enfrenta desafios económicos na sua divisão de veículos elétricos, mas os progressos registados na redução das perdas demonstram um caminho promissor. Em 2024, a empresa perdia 6.250 dólares por cada unidade vendida, tendo conseguido reduzir esse prejuízo para 900 dólares no primeiro trimestre do ano.

Com a crescente procura por modelos premium e a entrada de novos veículos no portefólio, a empresa poderá, em breve, alcançar o ponto de equilíbrio e consolidar-se como um jogador de peso no setor automóvel.

A Xiaomi aposta que aumentar o volume de vendas e reduzir os custos operacionais será essencial para tornar o seu negócio de veículos elétricos rentável. Com um mercado cada vez mais competitivo, a empresa já deu os primeiros passos para a internacionalização das vendas do SU7, atualmente apenas disponível no mercado chinês.

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