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Quota-parte do petróleo na procura de energia é mais baixa de sempre

Pela primeira vez na história, a quota-parte do petróleo na procura global de energia desceu abaixo dos 30%, afirma a Agência Internacional de Energia (IEA) num relatório hoje publicado.

Resultado do petróleo é histórico

Para o declínio do peso relativo do petróleo contribuiu “consideravelmente” o facto de as vendas de automóveis elétricos terem aumentado 25% no ano passado, sublinha o relatório da IEA.

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O petróleo está a perder importância na procura global de energia @FreePick

Na última edição do Global Energy Review, hoje apresentado, a IEA sublinha que a procura do petróleo a nível global cresceu apenas 0,8 por cento, o que o colocou pela primeira vez abaixo dos 30% na procura total de energia.

Este facto acontece 50 anos depois do petróleo ter atingido o pico de 46% na sua quota-parte da procura mundial de energia.

Carros elétricos contribuem “consideravelmente”

A Agência Internacional de Energia sublinha que “as vendas de automóveis elétricos aumentaram mais de 25% no ano passado, com os modelos elétricos a representarem um em cada cinco automóveis vendidos a nível mundial”.

Este facto, diz a IEA, “contribuiu consideravelmente para a diminuição da procura de petróleo para o transporte rodoviário, que compensou uma parte significativa do aumento do consumo de petróleo para a aviação e a petroquímica”.

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Os carros elétricos contribuíram “consideravelmente” para a diminuição do peso do petróleo na procura global de energia @FreePick

O Global Energy Review da IEA é a primeira avaliação global das tendências do sector para 2024. Com base nos dados mais recentes, abrange a procura e a oferta, a adoção de novas tecnologias energéticas e as emissões de dióxido de carbono (CO2) relacionadas com a energia.

Consumo de eletricidade decisivo para consumo global de energia

No relatório, a IEA afirma que a procura global de eletricidade cresceu a um ritmo mais rápido do que a média em 2024, à medida que o seu consumo aumentou a nível global, com o aumento da oferta de energias renováveis e de gás natural a cobrir a maioria das necessidades adicionais de energia.

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O aumento da procura de energia a nível global foi de 2,2% no ano passado, com as economias emergentes a serem responsáveis por mais de 80% deste aumento. Para este aumento, contribuiu em muito o crescimento elevado do consumo de eletricidade.

Eletricidade aumenta dobro da média anual

O aumento do consumo global de eletricidade cifrou-se em quase 1 100 terawatts-hora, o que representa um crescimento das necessidades em 4,3 por cento.

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Um consumo de eletricidade global de quase 1 100 terawatts-hora @FreePick

Este aumento foi quase o dobro da média anual registada na última década e foi impulsionado por temperaturas globais recorde, que aumentaram a procura de refrigeração em muitos países, bem como pelo aumento do consumo da indústria, pela eletrificação dos transportes e pelo crescimento dos centros de dados e da inteligência artificial, de acordo com a IEA.

“Desde o abrandamento do crescimento da procura mundial de petróleo e o aumento da utilização de automóveis elétricos até à rápida expansão do papel da eletricidade e à crescente dissociação entre as emissões e o crescimento económico, muitas das principais tendências que a AIE identificou antes da curva estão a aparecer claramente nos dados relativos a 2024”, sublinha o Diretor Executivo da IEA, Fatih Birol.

As incertezas de hoje

Este responsável lembrou que “existem muitas incertezas no mundo de hoje e diferentes narrativas sobre a energia – mas este novo relatório da IEA, baseado em dados, apresenta alguns factos claros sobre o que está a acontecer a nível mundial”.

Para Fatih Birol, “o que é certo é que a utilização de eletricidade está a crescer rapidamente, puxando consigo a procura global de energia, de tal forma que é suficiente para inverter anos de declínio do consumo de energia nas economias avançadas. O resultado é que a procura de todos os principais combustíveis e tecnologias energéticas aumentou em 2024, com as energias renováveis a cobrirem a maior parte do crescimento, seguidas pelo gás natural. E a forte expansão da energia solar, eólica, nuclear e dos veículos elétricos está a atenuar cada vez mais as ligações entre o crescimento económico e as emissões”.

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