Na China, a Testa está a perder protagonismo, tendo mesmo sido ultrapassada pela BYD e Xiaomi como marca preferida dos consumidores chineses.
Neste artigo:
Uma descida significativa
Um estudo da UBS agora divulgado dá conta de que apenas 14% dos consumidores chineses consideram a Tesla como a sua marca preferida de veículos elétricos.
Esta é uma descida significativa, dado que o ano passado essa percentagem era de 18% e está muito abaixo do pico registado em 2020, quando 30% dos consumidores chineses consideravam a Tesla a sua marca preferida de automóveis elétricos.
Consumidores chineses preferem marcas chinesas
Pela primeira vez, a Tesla é ultrapassada como marca de confiança pela BYD e até pela Xiaomi, que apenas tem um modelo de automóvel elétrico, lançado o ano passado.
A confiança dos consumidores chineses nestes dois fabricantes é impulsionada por «uma forte oferta de produtos», «inovação tecnológica» e «preços mais adequados às expectativas do mercado», afirma a USB.
Grande transformação do mercado
Os números agora divulgados pela USB dão conta de uma grande transformação no mercado dos veículos elétricos na China nos últimos anos. As marcas chinesas são hoje vistas pelos consumidores como produtoras de bons produtos, tecnologicamente muito avançados e a preços muito competitivos.
Entre janeiro e abril de 2025, a Tesla vendeu 163.338 veículos na China, uma ligeira descida de 0,3% face ao ano anterior. No mesmo período, a BYD comercializou 886.240 unidades, um crescimento de 12,9%, enquanto a Xiaomi registou vendas de 104.454 veículos elétricos, um aumento impressionante de 1379,9%, embora se deva ter em conta que as entregas da marca começaram apenas em abril de 2024.
Outras marcas a subir
A estes atores, há que acrescentar outros que nos últimos anos têm desenvolvido produtos que os estão a colocar num patamar de confiança dos consumidores chineses.
É o caso da Xpeng, que oferece automóveis muito bem construídos e com sistemas de condução autónoma dos mais avançados do mercado. Ainda agora, a Xpeng anunciou que o Mona M03 Max é um automóvel que vai chegar ao mercado global.
Queda global com vários fatores
A queda da Tesla não se limita ao mercado chinês. A nível mundial, a preferência por Tesla como a marca de eleição para veículos elétricos desceu de 22% para 18%. Nos Estados Unidos, a preferência caiu para 29%, abaixo dos 38% registados anteriormente, enquanto na Europa baixou para 15%, ficando atrás da Audi e da BMW.
As razões variam de região para região. Como vimos, na China, a Tesla já não é vista como líder tecnológica. Na Europa, a visibilidade política de Elon Musk pode estar a prejudicar a marca. Nos EUA, a gama de veículos parece limitada e a acessibilidade continua a ser um problema.
Xiaomi expande-se para desafiar Tesla
A Xiaomi, tradicionalmente conhecida pelo mercado de tecnologia de consumo, tem vindo a consolidar a sua presença no segmento automóvel, apesar de ter apenas uma unidade. A sua berlina SU7, vendeu 26.223 unidades em abril, superando o Model 3 da Tesla no mesmo mês.
Agora, a Xiaomi aposta no seu recém-apresentado YU7 SUV, direcionado para competir diretamente com o Model Y da Tesla, trazendo funcionalidades como condução assistida em ambiente urbano, mantendo uma estratégia de preços competitiva.
BYD lidera vendas e avança na Europa
A BYD continua a expandir a sua liderança no setor, tendo superado pela primeira vez a Tesla na Europa em abril.
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O seu domínio na China também se mantém sólido, enquanto a Tesla viu as suas vendas na região caírem 60% de março para abril, para 28.731 unidades.
Mais tecnologia por melhor preço
As marcas chinesas estão a superar a Tesla não apenas em termos de preço, mas também em inovação tecnológica. A Xpeng, por exemplo, lançou uma berlina com funcionalidades de condução inteligente a metade do preço de um Model 3. Além disso, marcas como Xiaomi já oferecem veículos equipados com NOA (Navigate on Autopilot) urbano na faixa dos 200.000 yuan. Em contrapartida, o sistema FSD (Full Self-Driving) da Tesla permanece caro e não corresponde às expectativas na China.
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A ascensão de BYD e Xiaomi está a redefinir as expectativas dos consumidores, com compradores chineses a olharem cada vez mais para as marcas nacionais em detrimento da marca norte-americana, que já foi sinónimo de automóveis elétricos.