Chama-se Flexis e é uma start-up criada para revolucionar os veículos comerciais. A Renault e o Grupo Volvo, fabricante de camiões, juntaram-se para o novo projeto.
Neste artigo:
A Flexis pretende capitalizar o crescimento da procura de veículos comerciais com emissões zero, tendo a expetativa de que esse aumento seja de 40% por ano até 2030.
Luca de Meo, CEO do Grupo Renault, aponta alto quanto às ambições da nova parceria: “de certa forma, este é o Tesla do veículo comercial. É assim que o temos de ver”.
Flexis com 3 carrinhas
Em conferência de imprensa, a Flexis anunciou uma linha de três carrinhas, com a primeira a ser lançada já em 2026. O CEO do Grupo Renault sublinhou que os veículos comerciais terão uma arquitetura de plataformas.
O primeiro modelo Flexis – parte de uma linha de três carrinhas apresentada numa conferência de imprensa – será lançado em 2026. Baseado numa arquitetura de prancha feita à medida, o modelo promete “transformar completamente” a perceção comum de uma carrinha.
“Já não se trata de uma caixa branca sobre rodas com um motor a gasóleo”
Luca de Meo, CEO do Grupo Renault
Entregas de último quilómetro
O primeiro modelo a ser comercializado pela Flexis será um furgão de entrada concebido para as entregas de último quilómetro nos centros das cidades.
Engenheiros e designers darão toda a prioridade à eficiência, não só na forma como utiliza o espaço, mas também no que à capacidade de manobra diz respeito.
De acordo com a Renault, será um modelo na linha do Renault Kangoo, mas com uma linha de tejadilho mais alta, o que permitirá ua capacidade de cagar total em linha com a da Renaul Trafic. Estas proporções apertadas também garantirão uma brecagem “ao nível dos superminis do segmento B”, diz a marca francesa citada pelo AutoCar.
Desenvolvimento em parceria com empresas de logística
O desenvolvimento dos veículos comerciais da Flexis foi feito em colaboração com empresas de logística, com o objetivo de otimizar o acondicionamento interior dos seus furgões.
O parceiro escolhido foi a CMA CGM, uma empresa francesa dedicada ao transporte de mercadorias, que assumiu uma participação de 10% no negócio da Flexis.
Luca De Meo disse aos jornalistas que a colaboração com empresas de logística foi inspirada pela Rivian, que desenvolveu a sua carrinha eléctrica com a Amazon, e pela Arrival, uma start-up recentemente falida, que estabeleceu uma parceria com a UPS e os Correios.
Tanto a Volvo Group como a Renault Group têm como meta investir 300 milhões de euros na Flexis ao longo dos próximos 3 anos.
Interiores concebidos para poupar
Os interiores das carrinhas Flexis foram desenhados para tornar mais eficiente o tempo dos seus operadores.
De Meo explicou: “Tentámos aproveitar todos os segundos de interação entre o condutor e a carrinha, porque estimamos que cada 30 segundos que se poupam numa entrega valem 1% de rentabilidade para o operador logístico”.
Luca de Meo explicou como é que o design permite aumentar a produtividade do veículo e do operador: “Assim, entra na carrinha pela lateral; não tem de voltar atrás e abrir a porta. Terá um mecanismo para ordenar os pacotes com base na rota de entrega. Tudo será assim, porque 30 segundos é 1% de rentabilidade”.
“Cada 30 segundos que se poupam numa entrega valem 1% de rentabilidade para o operador logístico”
Luca de Meo, CEO do Renault Group
O CEO da Flexis lembrou que um dos problemas das empresas de logística é a grande rotatividade da sua força de trabalho
“Se conseguirmos tornar o nosso veículo mais fácil de conduzir, mais amigável para as pessoas que entregam 100 ou 150 encomendas por dia, e se conseguirmos mantê-las durante mais tempo no trabalho, isso representa muito mais valor, muito menos perturbações na operação do cliente,” sublinhou Philippe Divry.
Comerciais Flexis serão “como Lego”
Todas as carrinhas da Flexis terão por base uma plataforma altamente modular, com uma corrente eléctrica de 800 V – o que aumenta a velocidade de carregamento – e uma escolha de dois tamanhos de baterias.
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Inicialmente vendidos sob a marca Renault Trucks, os modelos da Flexis terão uma adaptabilidade da arquitetura “semelhante a um lego”.
Os furgões serão oferecidos a outras marcas como produtos de “marca branca” para serem rebatizadas, tal como acontece com as carrinhas existentes da Renault, existindo já conversações com a Nissan, que é um parceiro da Aliança Renault.