Tesla está a intensificar os preparativos para lançar o Tesla Semi no mercado europeu. O camião deverá entrar em produção em larga escala no final do ano.
A empresa anunciou a contratação de Usuf Schermo como Head of Business Development EMEA (Europa, Médio Oriente e África) para o Tesla Semi, num movimento estratégico para desenvolver a presença do camião elétrico de classe 8 no continente.
Neste artigo:
Produção do Tesla Semi avança nos EUA
O Tesla Semi foi revelado em 2017 com previsão inicial de produção para 2019, mas sofreu sucessivos adiamentos. Em 2022, foi apresentada uma versão de produção, embora as unidades fossem limitadas.
Até ao momento, apenas algumas dezenas de unidades foram entregues a clientes selecionados e utilizadas internamente pela Tesla.
Planos alterados
Em janeiro de 2023, a empresa anunciou uma expansão da Gigafactory Nevada para a produção em larga escala do modelo. No entanto, o plano foi reformulado e atrasado, levando à construção de uma nova fábrica adjacente à instalação original.
A produção foi novamente adiada e agora está prevista para final de 2025, com um volume estimado de 50.000 unidades por ano.
Homologação na Europa é desafio
Com os primeiros passos dados para a entrada do Tesla Semi no mercado europeu com a contratação de um responsável pela operação, a empresa deverá enfrentar desafios regulatórios antes de poder comercializar o modelo no continente. A homologação do camião para as normas europeias não é esperada antes de 2026, atrasando a sua chegada efetiva às estradas da região.
O setor de camiões elétricos na Europa já conta com concorrência consolidada, incluindo modelos como Volvo FH Electric, Mercedes-Benz eActros 600 e MAN eTGX, entre outros. A Volvo destaca-se neste segmento, tendo mais de 3.000 camiões elétricos em circulação no continente.
Desafios operacionais para o Tesla Semi na Europa
Além das barreiras de homologação, a Tesla enfrenta desafios operacionais significativos para a entrada do Tesla Semi na Europa.
Apesar do crescimento dos pontos de carregamento para veículos comerciais elétricos, a Europa ainda carece de uma rede robusta capaz de suportar camiões de longo curso. Os sistemas de carregamento de alta potência, como o Megacharger da Tesla, terão de ser adaptados às especificações europeias e integrados nas rotas de transporte.
A legislação e a concorrência
Ao contrário dos Estados Unidos, onde a autonomia é um fator crítico para operações de longo curso, na Europa a legislação de descanso dos motoristas exige que os condutores façam pausas regulares. Os camiões devem conseguir operar durante 4,5 horas antes de uma paragem obrigatória de 45 minutos, e os motoristas devem descansar 11 horas a cada 24 horas. Assim, a autonomia extrema pode não ser um diferencial tão decisivo, mas a rapidez no carregamento será fundamental.
Fabricantes como Volvo, Mercedes-Benz e MAN já estabeleceram uma presença forte no setor dos camiões elétricos. A Tesla precisa de demonstrar a viabilidade operacional do Semi, incluindo fiabilidade, custos de manutenção e disponibilidade de assistência técnica, para competir eficazmente com marcas que têm décadas de experiência no transporte pesado.
Ajustes no design
A Tesla deverá ajustar o design do Semi para cumprir as normas europeias, incluindo requisitos de tamanho da cabine e segurança. Além disso, o preço do camião será um fator determinante na sua aceitação, especialmente num contexto em que os operadores de transporte buscam alternativas elétricas com boa relação custo-benefício.
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Com produção prevista apenas para 2025 nos EUA e a homologação europeia a avançar lentamente, o Tesla Semi poderá enfrentar desafios na logística, confiança do mercado e adaptação à infraestrutura existente.