É um marco histórico. Mais de metade dos automóveis vendidos na China em julho foram veículos 100% elétricos ou híbridos plug-in.
Esta é a primeira vez que a venda de veículos movidos a novas energias (NEV) ultrapassa a de automóveis a combustam naquele que já é o maior mercado automóvel do mundo.
Neste artigo:
Marco histórico com crescimento sustentado
Este marco histórico foi conseguido com um crescimento sustentado da venda de veículos NEV. Com efeito, a venda de automóveis 100% elétricos e híbridos plug-in cresceu 37 por cento em julho, quando comparada com o mesmo período do ano passado.
Os dados são da Associação de Carros de Passageiros da China (CPCA) e indicam que em junho foi alcançado o marco histórico de 50,7% das vendas de passageiros em julho serem de veículos NEV.
Aposta recente
A aposta chinesa em veículos elétricos e híbridos plug-in é relativamente recente e reflete a crescente qualidade da indústria doméstica. Os fortes investimentos em cadeias de fornecimento permitiram aos construtores chineses apresentarem automóveis de grande qualidade a preços muito competitivos.
Ainda há apenas 3 anos, a venda de veículos a novas energias (NEV) representava apenas 7% do total do mercado chinês.
Apoios, investimento e qualidade
O marco histórico agora alcançado é feito fundamentalmente graças aos apoios estatais à compra deste tipo de veículos e aos investimentos em cadeias de fornecimento, o que se reflete no bom desempenho de marcas como a BYD (que compete com a Tesla pela posição de maior construtor de veículos elétricos do mundo) ou a Li Auto.
As marcas mais conhecidas internacionalmente, como as europeias, têm grandes dificuldades de penetração no mercado chinês, não conseguindo competir com os preços das marcas chinesas que tiveram uma autêntica guerra de preços que, entretanto, parece ter abrandado.
Guerra de preços tende a estabilizar
Esta prolongada guerra de preços levou a uma colocação no mercado de um número sem precedentes de modelos de marcas chinesas, mais novos e mais baratos, também está a diminuir, uma vez que os fabricantes de automóveis procuram proteger as margens.
O secretário-geral da CPCA, Cui Dongshu, espera uma maior estabilização de preços em agosto e setembro, de acordo com a Reuters.
BEV são mais de metade
Para o marco histórico conseguido em julho contribuíram fundamentalmente os automóveis 100% elétricos (BEV), que representam mais de metade dos veículos movidos a novas energias vendidos na China.
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Com efeito, foram vendidos 482,000 BEV no mercado chinês em julho, substancialmente mais do que os híbridos plug in, com 396,000 automóveis vendidos. Os dois juntos representam mais de metade dos automóveis vendidos em julho na China.
Dezembro ainda detém recorde
Apesar de, no total, terem sido vendidas 878,000 unidades de veículos 100% elétricos e híbridos plug-in em julho, e de ter sido atingido o marco histórico de os dois constituirem mais de metade das vendas no mês, este não foi o mais alto número atingido, reporta o CNEV Post.
Em dezembro de 2023 foram vendidos 947,347 veículos 100% elétricos e híbridos plug in no mercado chinês, mais do que os atuais 878.000. Contudo, só agora em julho a fatia dos NEV ultrapassou os 50,7 por cento.
Combate à contração do mercado
E isso deve-se a uma contração de cerca de 3% no mercado global de automóveis na China. Uma contração que está a preocupar os decisores que aumentaram o subsídio à compra de automóveis NEV e que estão a aumentar as quotas nas cidades.
Pequim, por exemplo, anunciou no mês passado que iria alargar a sua quota de licenças NEV em 20 000, a primeira flexibilização das restrições desde que um sistema de quotas rigoroso foi implementado em 2011 para aliviar o congestionamento do tráfego e melhorar a qualidade do ar.
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As exportações de veículos em julho aumentaram 20% em relação ao ano anterior, diminuindo de um aumento de 28% em junho, já que os veículos elétricos fabricados na China se preparam para as tarifas provisórias da UE, disse Cui.