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Pegada de carbono dos EV com metade do impacto dos ICE

A pegada de carbono dos automóveis elétricos (EV) é metade da de um automóvel a combustão, afirma um relatório da Agência Internacional de Energia (IEA).

Média global para carro com 15 anos

A média global das emissões do ciclo de vida de um EV de tamanho médio ao longo de 15 anos ou 200.000 quilómetros são metade das produzidas no mesmo ciclo por um automóvel com motor de combustão interna.

No seu relatório “Sustentabilidade da cadeia de abastecimento de baterias para EV”, a agência das Nações Unidas afirma que “as emissões do ciclo de vida de um veículo elétrico a bateria de tamanho médio são cerca de metade das de um ICE (veículo a combustão) equivalente que funcione com combustíveis derivados do petróleo”.

Pegada de carbono é sempre menor

A Agência Internacional de Energia não compara apenas a pegada de carbono dos automóveis 100% elétricos com a dos modelos a combustão.

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A pegada de carbono de um 100% elétrico é sempre substancialmente inferior @FreePick

De acordo com a IEA, as emissões de um automóvel 100% elétrico (BEV) são mais de 40% inferiores às de um veículo híbrido elétrico equivalente (HEV) e cerca de 30% inferiores às de um veículo híbrido elétrico plug-in (PHEV).”

Esta diferença nas emissões “é semelhante à média global na China, maior no Reino Unido e no Chile (mais de 60%) e menor na Índia (20%)”.

Importante reduzir emissões da produção de baterias

No seu relatório, a Agência Internacional de Energia alerta para o facto de continuar “a ser importante reduzir as emissões relacionadas com a produção de baterias e o processamento de minerais críticos”, e assim diminuir a pegada de carbono

No ciclo de vida completo de um BEV, “as emissões relacionadas com as baterias desempenham um papel notável nas emissões do ciclo de vida dos veículos elétricos (EV), embora não sejam o maior contribuinte”, diz o relatório.

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Os autores estão otimistas quanto à diminuição da pegada de carbono, afirmando “as emissões relacionadas com as baterias e as suas cadeias de abastecimento deverão continuar a diminuir graças à eletrificação dos processos de produção, ao aumento da densidade energética e à utilização de materiais reciclados”.

Procura de baterias com grande crescimento

A Agência Internacional de Energia fez as contas e salienta que a procura de baterias deverá crescer 4,5 vezes até 2030 e mais de 7 vezes até 2035, muito devido ao aumento substancial da procura nos mercados emergentes e nas economias em desenvolvimento, que poderão representar 10% do mercado global em 2030, quando em 2023 representavam apenas 3%.

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A procura por baterias vai aumentar 7 vezes até 2035 @EV Mag

A China, que é o país onde mais cresce o mercado dos automóveis elétricos, está excluída destas contas, apesar de tecnicamente ser incluída no lote das economias emergentes.

Preocupações com sustentabilidade

As baterias são atualmente uma das tecnologias de energia limpa com o mais rápido crescimento, graças ao “rápido aumento da procura de veículos elétricos” e, mais recentemente, ao armazenamento de energia.

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Agência Internacional de Energia preocupada com a sustentabilidade @FreePick

Se os compromissos climáticos assumidos forem cumpridos, diz a IEA, a produção de baterias diversificar-se-á com novos investimentos na Europa e nos Estados Unidos.

À medida que a produção aumenta, a IEA sublinha as crescentes “preocupações sobre a sustentabilidade e a procura de minerais críticos”.

Caminho passa pela reciclagem

Um dos caminhos que a Agência Internacional de Energia tem como fundamental para a diminuição da pegada de carbono é o da reciclagem, primeiro com a recuperação de materiais de sucata de fabrico e, posteriormente, com o reciclar de baterias em fim de vida, que permitirá reduzir a procura de minerais críticos.

A IEA afirma mesmo que a reciclagem de baterias será fundamental após 2035, “altura em que o número de baterias de veículos elétricos em fim de vida começará a aumentar rapidamente”.

Reciclagem pode diminuir procura por metais

O relatório conclui que, “se a reciclagem for escalonada de forma eficaz, pode reduzir a procura de lítio e níquel em 25% e a procura de cobalto em 40% em 2050, num cenário que cumpra os objetivos climáticos nacionais. Será essencial expandir as instalações de reciclagem e aumentar as taxas de recolha de baterias em fim de vida”.

A Agência Internacional de Energia aponta ainda para uma estratégia de venda de automóveis elétricos em segunda mão, que poderão impulsionar a mobilidade elétrica nas economias em desenvolvimento e assim reduzir a pegada de carbono. “O reforço da cooperação internacional é fundamental para apoiar o comércio internacional de EV em segunda mão, assegurando simultaneamente estratégias adequadas de fim de vida para os veículos e as suas baterias”, conclui.

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