A União Europeia está a trabalhar numa proposta de incentivo europeu à compra de veículos elétricos, afirmou o chanceler alemão em Davos.
Neste artigo:
Incentivo europeu como forma de apoiar indústria
Olaf Scholz propôs à presidente da Comissão Europeia um incentivo europeu à compra de automóveis elétricos, como fora de apoio aos fabricantes de automóveis em dificuldades.
No Fórum Económico Mundial, em Davos, um dia depois da tomada de posse do Presidente dos EUA, Donald Trump, Scholz afirmou que a resposta da Europa a um número crescente de desafios globais deve ser uma Europa economicamente mais forte, com uma indústria mais competitiva e menos burocracia.
von der Leyen aceitou proposta
“Precisamos de soluções pragmáticas, não de soluções ideológicas”, afirmou. “É por isso que me congratulo com o facto de o Presidente da Comissão Europeia ter aceitado a minha proposta de harmonização dos prémios de aquisição de automóveis elétricos na Europa”, acrescentou.
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Scholz insistiu que “a mobilidade elétrica é o futuro, não há dúvida sobre isso. Qualquer pessoa que sugira o contrário está a prejudicar a nossa indústria”.
O regresso dos incentivos
Na sua intervenção, o ainda chanceler alemão – que vai enfrentar eleições antecipadas no próximo mês, afirmou que Ursula von der Leyen, a presidente da Comissão Europeia, aceitou a sua sugestão de criar um incentivo europeu à compra de automóveis elétricos.
No seu programa eleitoral, o Partido Social Democrata de Scholz propõe uma “dedução fiscal temporária” para promover a compra de veículos elétricos produzidos na Alemanha.
Scholz inverte política
A proposta de Olaf Scholz de criação de um incentivo europeu à compra de carros elétricos, bem como o programa eleitoral do PSD alemão, representa uma inversão da sua política.
O governo comandado por Scholz acabou com os incentivos à compra de automóveis elétricos na Alemanha no início de 2024, causando uma contração de 27,4% na venda deste tipo de veículos.
Europa mantém objetivo
A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, tem insistido até agora que a UE vai manter o seu objetivo legal de eliminar gradualmente os automóveis com motor de combustão até 2035.
“Os próximos anos serão vitais para nos mantermos na corrida das tecnologias limpas e disruptivas”, afirmou na terça-feira, num discurso em Davos. “A Europa tem tudo o que precisa para que isso aconteça”.
“Isolamento custa prosperidade”
Em Davos, Scholz manifestou-se contra o protecionismo e defendeu a manutenção do comércio livre como base do crescimento futuro.
“O isolamento custa prosperidade. Defenderemos o comércio livre como a base da nossa prosperidade, juntamente com outros parceiros”, afirmou Scholz, em resposta à política anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump.
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Recorde-se que a União Europeia resolveu aplicar taxas alfandegárias de até 45% aos automóveis elétricos produzidos na China.