O Polestar 3 venceu o teste de autonomia El Prix realizado pela Federação Norueguesa de Automóveis. O Tesla Model 3, por seu lado, foi uma das grandes desilusões da maior prova independente de autonomia no inverno do mundo.
Enfrentando 23 concorrentes de diferentes segmentos, o Polestar 3 percorreu um total de 531 km em condições desafiantes na Noruega. O SUV do fabricante sueco foi não apenas o automóvel que percorreu maior distância, como também aquele que perdeu apenas 5% relativamente à autonomia WLTP anunciada.
Neste artigo:
El Prix é dos mais exigentes testes
O tempo frio faz mossa na autonomia dos automóveis, sejam eles elétricos ou não, mas a perda de autonomia é maior nos veículos elétricos, seja devido ao desempenho do motor com temperaturas frias, seja por causa do controlo de climatização do interior.
Este é um problema que é levado muito a sério nos países nórdicos, pelas razões óbvias. Na Noruega, o país em que a mobilidade elétrica é mais avançada, a federação automóvel e a revista Motor fazem um dos mais completos testes do mundo, o El Prix.
Polestar e Tesla em extremos opostos
Na edição deste ano do El Prix, foram testados 23 automóveis e os resultados podem ser surpreendentes. O grande vencedor foi o Polestar 3. Apesar de ter apenas a 6ª maior autonomia anunciada, foi o automóvel que mais quilómetros percorreu, perdendo apenas 5% da sua autonomia.
Em contraste com a prestação do automóvel do construtor sueco, o Tesla Model 3 Long Range RWD foi um dos automóveis testados que perde mais autonomia no inverno, e as condições nem eram as piores, estando uma temperatura de 5 graus Celsius no dia do teste.
O Model 3 utilizado foi o veículo testado que anuncia maior autonomia, mas ficou muito aquém dos 702 quilómetros anunciados, tendo feito 530,8 quilómetros com uma carga de bateria.
Relativamente à autonomia anunciada, o Model 3 foi um dos que menos quilómetros fez de todos os 23 automóveis testados, registando uma diminuição de autonomia de 24%.
Uma “grande desilusão”
Peter Raaum, o redator da Motor – a revista organizadora do El Prix – que escreveu sobre o teste, sublinha que “o Tesla tem estado no topo da nossa lista em testes de autonomia anteriores. Com uma autonomia WLTP de 702 km, esperava-se que o Model 3 de tração traseira fosse significativamente mais longe do que os seus concorrentes desta vez. Mas foi uma grande desilusão, apesar de ter ido quase tão longe como o Polestar 3”.
O Model 3 teve mesmo a quarta pior classificação no El Prix. O automóvel da empresa de Elon Musk apenas foi ultrapassado no teste pela negativa pelo Voyah Dream, pelo Peugeot E-5008 e pelo Peugeot E-3008, o pior classificado com um desvio de 31,96% na autonomia.
Maioria com bom desempenho
A maioria dos veículos elétricos testados no El Prix tiveram o que é considerado como “um bom desempenho”, com perda de autonomia entre os 10% a 20%.
Apenas dois automóveis sofreram uma perda de autonomia de apenas 1 dígito. O vencedor Polestar 3, que perdeu apenas 5, 18% de autonomia, e o BYD Tang, que sofreu uma perda de autonomia de 9,13%.
O construtor chinês mostra no El Prix a qualidade dos seus automóveis, com 2 modelos no top 5, o já citado Tang e o novo BYD Sealion 7, num ranking que conta ainda com o Mini Coutryman, em 3º lugar, e com o Lotus Emeya.
Autonomia é “critério importante”
O Polestar 3 testado foi a versão Long range Dual motor do Polestar 3 MY24, equipada com Performance Pack, que conseguiu o segundo melhor resultado já alcançado nesta prova independente.
O CEO da Polestar, comenta: “Estamos orgulhosos de mais uma vitória do Polestar 3 numa grande prova! A autonomia é um critério importante para os clientes – e este resultado reforça que o Polestar 3 é uma excelente escolha para quem procura uma experiência de luxo num SUV excecional”.
Polestar 3 é feito no Círculo Polar
“Desenvolvemos os nossos veículos acima do Círculo Polar Ártico, na Suécia, por isso não nos surpreende que o Polestar 3 supere a concorrência em condições desafiantes”, conclui Michael Lohscheller.
Duas vezes por ano, a Federação Norueguesa de Automóveis (NAF) e a revista Motor organizam a prova de autonomia El Prix para medir a distância real que os veículos percorrem com um único carregamento em comparação à autonomia oficial WLTP.
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A edição de inverno é realizada durante a temporada norueguesa de inverno e inclui uma subida de cerca de 1.000 metros. Este ano, o percurso foi particularmente desafiante devido às condições de estrada molhada e escorregadia, apesar de temperaturas ligeiramente mais amenas do que em edições anteriores.