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Miguel Pinto, managing diretor da Polestar Portugal: “não acompanhamos a baixa de preços”

A Polestar quer firmar-se como uma marca premium. Em declarações ao EV Mag, Miguel Pinto, o managing diretor da Polestar Portugal, é taxativo: “não acompanhamos a baixa de preços”.

Miguel Pinto falou ao EV Mag no final da apresentação à imprensa do Polestar 4, o primeiro automóvel sem vidro traseiro no mercado. Foram declarações em que o líder da Polestar Portugal falou sobre os automóveis, mas também sobre o presente e o futuro da marca e onde não escondeu o erro de relações públicas cometido a nível global no início do ano.

Miguel Pinto: as pessoas já nos conhecem

2024 é o ano da mudança, com a Polestar a lançar dois novos modelos, que chegam ao mercado português ainda em agosto. A marca com o ADN sueco, mas detida pelo grupo chinês Geely, posiciona-se no segmento Premium.

Em declarações exclusivas ao EV Mag, o managing director da Polestar Portugal mostra-se confiante: “as pessoas já perceberam quem nós somos”.

Aqui fica a entrevista:

EV MagQuais são as expetativas da Polestar em relação ao Polestar 4 e ao Polestar 3 em Portugal?

Miguel Pinto – O Polestar 3 e o Polestar 4 assinalam a chegada da Polestar como uma empresa de não só um automóvel, mas agora de 3 e, portanto, com um portfólio mais completo.

Ambos os modelos são SUV, ainda que o 4 seja um SUV Coupé, mais baixo que o normal, e são ambos dentro de segmentos que têm uma boa expressão em Portugal e no mercado europeu.

Polestar Portugal com “elevadíssimas expetativas”

Miguel Pinto – O Polestar 2 foi o nosso cavalo de batalha durante os últimos 2 anos, a trabalhar num segmento ainda com um market share reduzido.

Agora temos elevadíssimas expectativas porque os novos modelos posicionam-se onde o mercado está, sendo que o 4 é um automóvel fiscal na maioria dos seus equipamentos e monitorizações, e por isso temos temos elevadíssimas expectativas, também de volume de vendas.

“Temos elevadíssimas expectativas porque os novos modelos posicionam-se onde o mercado está”

Miguel Pinto, managing director da Polestar Portugal

EV Mag – Os dois modelos chegam em Agosto?

M.P. – O Polestar 4 vamos entregar em agosto e o Polestar 3 diria que mais para o fim de agosto. Temos várias encomendas para o Polestar 3 e para o Polestar 4…

Encomendas com curva crescente

EV MagQuantas?

Miguel Pinto – Cerca de 30 para o Polestar 3 e menos um pouco para o Polestar 4, mas a crescer de uma forma muito mais rápida, porque tem despertado muitíssimo interesse. Ele está à venda desde o dia 31 de janeiro e agora, também com o lançamento no Ecar Show, calculamos que haja uma curva.

stand da Polestar Portugal no Ecar Show
O Polestar 4 e o Polestar 3 no Ecar Show @EV Mag

Ev MagAté porque agora, calculo, vão ter veículos de demonstração.

Miguel Pinto – Exatamente. A Polestar Portugal começa por ter o primeiro demo do Polestar 3 já no próximo mês, em junho, seguido em julho de uns demo do Polestar 4 e depois, lentamente, vamos construíndo uma frota maior.

Uma dimensão diferente para a marca

Miguel Pinto – Estão a chegar ainda com uma cadência baixa, mas podemos começar a oferecer demos já no próximo mês no Polestar 3 e em junho no Polestar 4. Entregamos o Polestar 4 já em agosto e o Polestar 3 em agosto e setembro. É uma dimensão completamente diferente para a marca.

EV MagUm futuro risonho, portanto…

Miguel Pinto – Sem dúvida. Para além deste porfólio que agora se concretiza, as alterações na estrutura acionista da empresa também são ótimas notícias para a marca.

EV Mag – Isso não passou bem… passou o contrário, não foi?

“Tudo o que veio à tona parecia negativo”

Miguel Pinto– Foi algo que se calhar não foi bem gerido a nível de PR do nosso lado a nível global. Tudo o que veio à tona parecia negativo. Mas não, é completamente o oposto.

Ev MagNão foi a Volvo que retirou?

Miguel Pinto – Não retirou. A Volvo tem também umas necessidades de capital importantes e teve que tomar a decisão estratégica de alienar alguma da participação na Polestar, que passou aos seus próprios donos, à Geely.

Ficámos ao nível da Volvo

Miguel Pinto – Para nós nada mudou. Só melhorou, porque estávamos dentro do grupo Geely através da Volvo. Neste momento, não. Neste momento estamos ao mesmo nível da Volvo, da Lotus e da Zeerk, o que é uma coisa completamente diferente.

Lido, parecia que a Volvo nos estava a abandonar. Não, não nos abandonou.

A Volvo acredita na Polestar

Miguel Pinto – Mantemos a mesma relação. A Volvo mantém uma participação de 18%, mantemos as mesmas sinergias de plataformas, fábricas e o pós-venda continua a ser partilhado com a Volvo.

E não só isso. A Volvo não só acredita na Polestar para manter capital lá, como também prolongou até 2028 um empréstimo que tinha connosco de mil milhões de dólares. Nenhum dos movimentos demonstra falta de confiança na marca.

“A Volvo mantém uma participação de 18%, mantemos as mesmas sinergias de plataformas, fábricas e o pós-venda continua a ser partilhado com a Volvo”.”

Miguel Pinto, managing director da Polestar Portugal

Além disso, conseguimos – ainda dentro do primeiro trimestre – configurar e confirmar um empréstimo de mais mil milhões de dólares através de um consórcio de 12 entidades financeiras europeias.

Objetivos atingidos

Miguel Pinto – Anunciámos no final do ano passado que o nosso plano de negócios revisto tinha necessidade de 1.3 mil milhões para conseguirmos atingir o cash flow break even durante o ano de 2025 e para podermos continuar a lançar o nosso porfólio de produtos, porque vamos apresentar ainda este ano um novo automóvel, que é o Polestar 5.

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Antes de chegarmos a metade do ano, já temos 3 carros no nosso portfólio, a estrutura acionista bem definida e o capital assegurado.

Visto de nenhuma perspetiva isto é negativo. Só pode ser positivo e essa é a circunstância em que nos encontramos, sendo que em Portugal estamos bem.

Polestar não acompanha baixa de preços

Miguel Pinto – Estamos com um volume de vendas ainda relativamente pequeno, porque pertencemos a um segmento premium. Não caimos na tentação de acompanhar a escalada que existe em termos de baixa de preços porque pretendemos posicionar a marca num determinado sítio, e acho que as pessoas já perceberam quem é que nós somos.

“Pertencemos a um segmento premium. Não caimos na tentação de acompanhar a escalada que existe em termos de baixa de preços”

Miguel Pinto, managing director da Polestar Portugal

Claro que isto requer um bocado de estômago para aguentar todo este tempo, mas agora começamos a estar mais bem preparados para chegar a mais pessoas, mas sempre dentro dos volumes que nós temos.

A Polestar pretende vender centenas de milhares de automóveis a nível global. Outras marcas pretendem vender milhões. Isso reflete-se também nos objetivos da Polestar Portugal.

EV MagE com foco na Europa?

Miguel Pinto – Temos que estar um terço nos Estados Unidos, um terço na Europa e um terço na China.

Na China ainda estamos um bocado atrasados, porque os fabricantes chineses têm uma oferta que é incomparavelmente mais rápida a movimentar-se e muito mais alinhada com as expetativas do mercado, e aí temos alguma dificuldade.

Os Estados Unidos estão a começar a ganhar a tração necessária e isso também nos ajuda muito porque somos uma marca global.

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