A Associação de Utilizadores de Veículos Elétricos (UVE) considera que o valor do incentivo à compra de automóveis elétricos “não cumpre os mínimos necessários”.
Neste artigo:
UVE diz que incentivo devia ter aumentado
Em declaração ao EV Mag, a UVE sublinha que o apoio deveria ter aumentado para os 6.000 euros, em vez de se ficar pelo 4.000 euros que iguala o montante anterior.
Concretamente, “a redução do teto deveria ter sido acompanhada pelo aumento do valor do incentivo, mantendo-se nos 4.000€ (ainda para mais confirmando-se a necessidade da viatura para abate). Consideramos que não cumpre os mínimos necessários para as necessidades da transição energética, que temos de concretizar com urgência. Na nossa opinião este valor deveria ter aumentado para os 6.000€”, sublinha a UVE.
Recorde-se que o incentivo à compra de automóveis de zero emissões foi aprovado em Conselho de Ministros na sexta-feira, no âmbito de um Pacote de Mobilidade Verde.
Teto máximo vai forçar marcas a reagir
A associação concorda com o teto máximo do preço de venda dos automóveis elétricos, para que a sua compra beneficie do apoio governamental. Anteriormente, esse teto era de 62.500€, mas o governo decidiu que passará a ser de 38.500€.
A UVE mostra-se satisfeita com o novo teto para acesso ao apoio: “acreditamos que irá impulsionar as marcas a criar soluções neste patamar de valor, forçando a descida do custo de aquisição de muitos modelos”.
A associação salienta que “o volume de vendas do veículo elétrico para particulares não está nos veículos de 50.000€ ou mais de 60.000€. Temos de concentrar apoios onde efetivamente podem criar a diferença e o impulso para a mudança”.
O governo decidiu ainda que para se ter acesso ao incentivo de 4.000 euros é necessário entregar uma viatura para abate.
Apoio à compra separado de renovação do parque automóvel
A associação lembra que “os utilizadores que adquiriram veículos desde janeiro de 2024 estão à espera da concretização da medida que foi anunciada na Assembleia da República, aquando da aprovação do OE2024. Nesse anúncio não existia a necessidade do abate para acesso a este apoio”.
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A UVE afirma esperar que “não seja uma tentativa de juntar dois programas num só, com uma clara redução da despesa orçamentada para 2024”.
Em declaração ao EV Mag, a UVE concretiza, sublinhando que “o apoio à aquisição de veículos novos de emissões nulas, para particulares, deve ser um incentivo separado do apoio para a renovação do parque automóvel, onde este último, deve até, incluir a possibilidade de substituição por um veículo usado de emissões nulas”.
OE 2024 contempla programa de 129 milhões
Recorde-se que no OE de 2024, submetido pelo anterior governo, “existia um outro programa, inclusivamente com anúncio de dotação orçamental de 129 milhões de Euros, considerando o abate de viaturas anteriores a 2007 e sua substituição por veículos de emissões reduzidas. Os utilizadores que fizeram a sua escolha tendo por base medidas aprovadas na Assembleia da República não podem sair prejudicados”.
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A dotação total do incentivo à compra de automóveis de zero emissões tem uma dotação de 10 milhões. Para a UVE, “o aumento da dotação total do programa, passando dos anteriores 10 milhões de euros para 20 milhões, pouco representa, caso se confirmem a existência de novas exigências para acesso ao apoio, mas aguardamos pelos detalhes do futuro aviso para uma melhor definição”.