A fábrica de Mangualde da Stellantis é a primeira fábrica em Portugal a produzir em grande escala veículos de passageiros e comerciais ligeiros elétricos a bateria.
Neste artigo:
8 modelos elétricos
A fábrica de Mangualde vai produzir oito modelos 100% elétricos nas versões de passageiros e comerciais ligeiros. Das suas linha de montagem vão sair para os mercados doméstico e de exportação os modelos Citroën ë-Berlingo e ë-Berlingo Van, Peugeot E-Partner e E-Rifter, Fiat e-Doblò e Opel Combo-e.
“Este dia representa um indescritível motivo de orgulho para todos na Stellantis e especial para todos os que connosco colaboram aqui em Mangualde”, sublinhou Carlos Tavares, CEO da Atlantis, numa cerimónia que assinalou a saída dos primeiros modelos da linha de montagem e que foi testemunhada pelo Presidente da República, pelo ministro da Economia e pela secretária de Estado da Saúde.
Fábrica de Mangualde é “motivo de orgulho”
“Estamos a testemunhar um importantíssimo virar de página nesta unidade fabril, que consegue estar na linha da frente em termos de inovação,” continuou. “Dentro em breve estará nas estradas uma nova gama de oito veículos elétricos ‘made in’ Portugal”.
“Esta é a nossa visão para o futuro da indústria automóvel e revelamos hoje, aqui, mais uma prova de que é possível concretizar os nossos mais ambiciosos planos, de forma sustentável e de forma economicamente viável, colocando os melhores produtos ao serviço dos clientes”
Carlos Tavares, CEO da Stellantis
“Esta é a nossa visão para o futuro da indústria automóvel e revelamos hoje, aqui, mais uma prova de que é possível concretizar os nossos mais ambiciosos planos, de forma sustentável e de forma economicamente viável, colocando os melhores produtos ao serviço dos clientes. Seguimos rumo à descarbonização, proporcionando uma mobilidade segura, acessível e ambientalmente responsável para proteger as próximas gerações.”, rematou Carlos Tavares, CEO da Stellantis.
Por seu turno, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, sublinhou que “Mangualde é uma unidade com raízes portuguesas, com mais de sessenta anos de história, aqui, em solo luso. O que estamos a testemunhar hoje é o feito de uma vasta equipa de Mangualde, inserida num dos maiores grupos industriais a nível mundial, liderado por um português, Carlos Tavares. Isto deve encher-nos de orgulho e serve de exemplo à escala global”.
“Dar sustentabilidade à economia”
O ministro da Economia, afirma encarar Mangualde “como tudo o que deve ser a economia portuguesa. Aqui vejo talento e tecnologia de nível internacional. O exemplo que a Stellantis nos dá aqui em Mangualde representa tudo o que devemos replicar em todos os outros setores”.
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“Trata-se – afirma Pedro Reis – de um projeto voltado para a exportação e, consequentemente, voltado para o futuro. Adicionalmente, integra toda a cadeia de valor e de tecnologia. Este é sem dúvida um projeto que deve servir de exemplo. Aqui em Mangualde estamos a dar sustentabilidade à nossa economia. É disto que nós precisamos.”
Objetivo antecipado
A saída dos primeiros veículos elétricos da linha de produção da fábrica de Mangualde estava prevista para o início de 2025, mas o objetivo foi atingido antes do tempo e apenas um ano e 3 meses após o anúncio da conversão da fábrica.
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A montagem de veículos elétricos já acontece na fábrica de Mangualde, mas a produção em série vai começar no próximo mês de outubro.
Investimento de 119 milhões de euros
Com o apoio do Governo e ao abrigo de um investimento global de 119 milhões de euros do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a fábrica de Mangualde, inaugurada há 62 anos, conseguiu transformar-se em pouco mais de um ano e iniciar a produção de veículos elétricos.
A Stellantis Mangualde liderou uma das agendas mobilizadoras para a inovação empresarial com o projeto “GreenAuto”, que reúne um consórcio de 37 entidades parceiras e que representa um investimento conjunto de 119 milhões de euros. Entre as várias mudanças e atualizações operadas, a fábrica de Mangualde foi significativamente intervencionada, com novas instalações, destinadas à área de montagem e também ferragem.
Foi criada uma nova linha de montagem de baterias, que promoveu a total modernização de uma área com mais de 800m2, onde se faz a montagem de todas as baterias para os veículos elétricos produzidos em Mangualde.
Esta nova zona, implementada no setor da montagem, permitiu a criação de 63 novos empregos, sendo que todos os colaboradores a operar nestes novos postos de trabalho, receberam – a par da restante equipa técnica – formação específica, aumentando, desta forma, as suas competências.
Rumo à neutralidade carbónica
O plano estratégico “Dare Forward 2030” da Stellantis prevê a redução drástica em metade das emissões de CO2 até 2030, em comparação com as métricas de 2021, e uma neutralidade carbónica até 2038. Mangualde inscreve-se neste caminho que a Stellantis traçou e que passa por liderar a descarbonização na indústria automóvel.
A fábrica de Mangualde já opera plenamente o seu parque fotovoltaico, composto por 6.370 painéis solares, capazes de suprir 32% do consumo anual de eletricidade da fábrica.
Este empreendimento permitirá evitar a emissão de 2.500 toneladas de CO2 por ano, o que corresponde à absorção de CO2 realizada por aproximadamente 16.000 árvores. A meta de médio prazo é alcançar 50% de autonomia energética até o final de 2025, um objetivo que também inclui projetos de produção de energia verde e armazenamento, além da descarbonização completa da cadeia de valor.
719 veículos elétricos para o SNS
Os primeiros automóveis elétricos que sairam da linha de montagem da fábrica de Mangualde tinham o logotipo do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
A Stellantis ganhou o ano passado um concurso para o fornecimento de viaturas elétricas para o SNS.
No total, entre Peugeot E-Rifter (300) e Citroën ë-Berlingo (419), a Stellantis vai entregar 719 veículos elétricos, com extensão de Garantia de 5 anos ou 150 mil quilómetros, aos quais se juntam 600 estações de carregamento (Wall box de 11Kw/h) às cinco Administrações Regionais de Saúde (ARS) e a sete Unidades Locais de Saúde (ULS).
Os veículos produzidos na fábrica de Mangualde destinam-se a unidades de Cuidados Continuados de Apoio Domiciliário do Serviço Nacional de Saúde, no território continental português.
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A compra dos 719 veículos foi feita ao abrigo do Plano de Recuperação e Resiliência da UE e ascende a quase 21 milhões de Euros. Mais de 600 destas unidades foram transformadas especificamente para as entidades às quais se destinam, designadamente com a instalação de um Ecoponto na bagageira, com estrutura fixa de contentores de plástico deslizantes.