A UVE está “muito preocupada” com o novo regime jurídico da mobilidade elétrica ontem aprovado em Conselho de Ministros.
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UVE vê documento com preocupação
Em declarações ao EVMag, Pedro Faria, presidente da UVE – Associação dos Utentes de Veículos Elétricos, afirma que “a nossa preocupação com o resultado final do decreto-lei é muito grande”.
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Contudo, a associação aguarda uma tomada de posição final depois de ler o decreto-lei, o que – afirma – aguarda “com enorme expetativa”.
Soluções “interessantes” com outras “difíceis de entender”
“Se por um lado, conseguimos antever evoluções interessantes, naquilo que foram as declarações do ministro da Presidência ontem, também vemos outras que custam muito a perceber, em função da realidade e situação da mobilidade elétrica, existente hoje em Portugal”.
Concretamente, Pedro Faria salienta que, “nesta altura, o fundamental é que exista acesso, o mais rapidamente possível, ao novo decreto-lei e que todo processo se finalize, para que o período de incerteza que se vive no setor da mobilidade elétrica chegue finalmente ao fim.”
Esta incerteza levou a UVE a lançar recentemente o manifesto “o estado da rede: a incerteza instalada“, onde preconizavam uma série de soluções.
Decisões do Conselho de Ministros
Ontem em Conselho de Ministros, o plenário governamental decidiu:
- deixar de ser necessário ter um contrato com um fornecedor de energia elétrica, e ser possível ir a um posto de abastecimento, carregar e pagar;
- permitir que o condutor se possa dirigir a qualquer posto de carregamento e não apenas aqueles com cujo comercializador tenha um contrato;
- permitir a uniformização das unidades de contagem, para que os preços sejam comparáveis;
- estender essa obrigação de concorrência aos espaços nos quais os postos de abastecimento são concessionados, como as autoestradas;
- permitir que as unidades de abastecimento tenham produção para consumo naquela unidade;
- permitir que os carregamentos possam ser bidirecionais para que a capacidade excedentária do veículo possa abastecer o posto de carregamento;
- eliminar a figura do comercializador de mobilidade elétrica, um intermediário que existia sobretudo para cobrar taxas, com isto baixando os preços, que são particularmente elevados em Portugal.
UVE antevê “perda de serviços para o utilizador”
Em declarações ao EVMag, Pedro Faria reitera que “a nossa preocupação com o resultado final do decreto-lei é muito grande”.
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O presidente da UVE esclarece, afirmando que “antevemos a perda de serviços para o utilizador que sempre demos como garantidos em Portugal, nomeadamente a interoperabilidade da rede de carregamento publica e um acesso aos dados com qualidade e credibilidade”.