A fábrica da Tesla na Alemanha vai continuar parada depois de ter sido alvo de uma ação de sabotagem.
Andre Thierig, diretor da fábrica, revelou que o incidente poderá custar ao fabricante de automóveis elétricos centenas de milhões de euros.
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Uma paralisação cara
A produção na fábrica da Tesla em Bradenburg foi interrompida devido à sabotagem de uma torre de alta tensão. Thierig, em conferência de imprensa, estimou que os prejuízos serão “na ordem dos nove dígitos”. Ainda não é possível prever quando a fábrica, localizada perto de Berlim, poderá retomar as operações.
“Haverá vários dias de interrupção, não estamos a contar retomar a produção no decurso desta semana. Ainda não sabemos se será no início da próxima semana. Veremos”, afirmou aos jornalistas.
Apesar de estar equipada com painéis solares no telhado, estes apenas produzem 1 megawatt/hora quando o sol está descoberto e as necessidades desta fábrica da Tesla são de 110 megawatts por hora.
Na conferência de imprensa, não foi dito se esta paragem afetará a chegada de veículos aos mercados europeus.
Preocupações com a segurança
O diretor da fábrica expressou preocupação com a segurança dos empregados.
Apesar de a fábrica da Tesla não ter recebido ameaças antes do ataque, já foi alvo de um presumível ataque incendiário e de um ataque numa via férrea próxima.
“Não permitiremos que crimes e atos terroristas nos impeçam de nossa missão de acelerar a transição para a energia renovável e reiniciaremos a fábrica o mais rápido possível e reiniciaremos a produção na fábrica até a capacidade total.”
Andre Thierig, diretor da fábrica da Tesla na Alemanha
Na sua página no Linkeding, Andre Thierig agradece a rápida resposta dos funcionários da gigafábrica
“Gostaria de aproveitar esta oportunidade para agradecer a todos os funcionários da Tesla que dominaram esta situação de forma tão profissional que não houve risco para a vida e a integridade física, o meio ambiente e nossas instalações de produção em nenhum momento. A fábrica está em condições de segurança!”, escreveu.
Vulkangruppe reivindica ataque
Um grupo de extrema-esquerda alemão, autodenominado Vulkangruppe, reivindicou a responsabilidade pela “sabotagem” da infraestrutura elétrica.
O grupo afirmou que o seu objetivo era causar o maior apagão possível na ‘megafábrica’ da Tesla.
A resposta de Elon Musk
No seu estilo inconfundível, Elon Musk, proprietário da Tesla, acusou os autores do incêndio de serem “os ecoterroristas mais estúpidos do planeta”. E isto porque poderiam ser “fantoches daqueles que não têm bons objetivos ambientais”.
De acordo com as agências internacionais, Musk criticou a decisão de parar a produção de veículos elétricos em vez de veículos movidos a combustíveis fósseis.
Controvérsias ambientais
A megafábrica tem estado envolta em controvérsia desde a sua construção em 2021 devido ao impacto que poderá ter nas águas subterrâneas da região
Recentemente, surgiram alegações sobre as águas residuais da fábrica, que, segundo um relatório divulgado à imprensa, excedem os limites permitidos para substâncias tóxicas.
Na conferência de imprensa, André Thierig desdramatizou o impacto ambiental da fábrica e observou que o clima de suspeição existente “encoraja” este tipo de comportamento, sem poder dizer se isso terá consequências para a expansão prevista da megafábrica.
Oposição à expansão da fábrica da Tesla
Os planos de expansão da fábrica da Tesla na Alemanha, que emprega cerca de 12.000 pessoas, têm enfrentado a oposição dos residentes locais e de grupos ambientalistas.
Na semana passada, manifestantes ocuparam uma área arborizada adjacente para impedir a continuação dos trabalhos.
Investigação em curso
A polícia de Brandenburg está a investigar o incêndio na torre de alta tensão. Se se confirmar que se tratou de um ataque deliberado, a investigação deverá ser assumida pelo Ministério Público Federal.
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O manifesto anti-Tesla
O manifesto de sabotagem enviado pelo Vulkangruppe acusa a Tesla de ser um símbolo do ‘capitalismo verde’ e um ataque tecnológico totalitário à sociedade. O grupo acusa ainda Elon Musk de ser um “tecno-fascista” e vê estas ações como mais um passo para a “libertação contra o patriarcado”.