O CEO da Ferrari afirma que os construtores chineses devem ser menos complacentes face à concorrência da China no mercado dos automóveis elétricos.
Neste artigo:
Uma boa discussão
Benedetto Vigna fala em sinais de alarme numa altura em que a União Europeia se prepara para avançar com medidas protecionistas.
“Para mim, este é um apelo à ação para a Europa”, disse o CEO da Ferrari numa entrevista à Bloomberg Television. “As pessoas estão a definir isto como uma guerra, mas para mim é uma boa competição”.
Uma guerra comercial à vista
A tensão comercial entre a União Europeia e a China está a crescer quando se aproxima o prazo de 5 de junho para que a Comissão Europeia anuncie a investigação aos subsídios do governo chinês à produçao de veículos elétricos.
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Pequim sinalizou esta semana que está pronta para desencadear taxas de até 25% sobre carros de grande cilindrada importados, no que foi uma resposta a um recente aumento de tarifas da administração Biden.
A maior parte das importações de automóveis da China situa-se no segmento de luxo, com a Porsche, a Audi e a Range Rover entre as 10 marcas mais vendidas no ano passado.
CEO da Ferrari diz que marca está menos exposta
A Ferrari está menos exposta do que as restantes marcas de luxo, diz o CEO da Ferrari. De acordo com o fabricante italiano, as suas vendas na China não excederão uma quota de 10%, uma vez que as tarifas existentes já afectam a rentabilidade.
“O mercado na China ainda não está maduro”, afirmou Vigna. “A China não é para a Ferrari o que é para outras marcas de luxo”.
Este é um momento que pode ser definidor para os construtores europeus de ponta. As marcas estão a hesitar entre a necessidade de reduzir emissões e a política de vários países a reduzir subsídios à compra de veículos elétricos e consequente arrefecimento da procura em alguns mercados, como a alemanha.
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Recorde-se que a Mercedes-Benz interrompeu o desenvolvimento de uma plataforma separada, MB.EA Large, para grandes sedans e SUVs eléctricos para poupar dinheiro e planeia vender automóveis com motor a gasolina até à década de 2030.
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