A Europa vai mesmo taxar a importação de carros elétricos fabricados na China até 45% do seu valor. A proposta de tarifas foi hoje votada e aprovada.
Neste artigo:
O anúncio da Comissão Europeia
“A proposta da Comissão Europeia de instituir direitos de compensação definitivos sobre as importações de veículos elétricos a bateria (BEV) provenientes da China obteve hoje o apoio necessário dos Estados-Membros da UE para a adoção de direitos aduaneiros. Este facto representa mais um passo no sentido da conclusão do inquérito anti-subvenções da Comissão”, lê-se numa declaração oficial.
As novas tarifas, que podem alcançar os 35% além dos 10% já taxados, serão válidas por um período de 5 anos.
Impostas tarifas diferentes
Anteriormente, a Comissão Europeia (CE) tinha feito saber que a BYD terá os direitos alfandegários aumentados em 17,4%, a Geely 19,9% e a SAIC 37,6%.
Outros produtores de BEV na China, “que colaboraram no inquérito mas não foram incluídos na amostra”, estão sujeitos a um direito médio ponderado de 20,8%. As tarifas para outras empresas que não colaboraram no inquérito é de 37,6%, anunciou a CE a 4 de julho, em comunicado.
À procura de solução alternativa
Na declaração em que anuncia o resultado da votação de hoje sobre as tarifas a impôr aos automóveis elétricos fabricados na China, a Comissão Europeia afirma que, “paralelamente, a UE e a China continuam a trabalhar arduamente para explorar uma solução alternativa que teria de ser totalmente compatível com a OMC (Organização Mundial do Comércio)”.
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Segundo a UE, essa solução teria de ser “adequada para resolver o problema das subvenções prejudiciais estabelecido pelo inquérito da Comissão, passível de controlo e de aplicação”.
Maioria dos Estados-membros não aprovou proposta
A Alemanha pôs-se ao lado dos construtores automóvel do seu país, que consideram “protecionista” a medida e foi um dos 5 países que votaram contra a proposta, que teve ainda 12 abstenções e apenas os votos favoráveis de 10 Estados-membros.
A proposta só seria bloqueada se fosse alcançada uma maioria qualificada de 15 Estados-membros que representassem 65% da população da União Europeia que a rejeitasse.
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Na sua declaração, a Comissão Europeia afirma que “um regulamento de execução da Comissão que inclua as conclusões definitivas do inquérito deve ser publicado no Jornal Oficial até 30 de outubro de 2024, o mais tardar.”