Citröen e-C3 Carros Elétricos Citröen e-C3 Carros Elétricos

Carros elétricos: o fim da combustão está à vista

A entrada no mercado dos carros elétricos (EVs) obedece às mesmas regras de qualquer produto tecnológico: primeiro, o entusiasmo com os “early adopters”; depois, a massificação.

Ao volante do Citröen ë-C3

Tenho andado ao volante de um Citroën ë-C3, um dos EVs que chegaram recentemente ao mercado e que se posicionam numa gama de preços que pudemos, finalmente!, considerar como “acessível”. A versão elétrica mais barata custa pouco mais de 23.000€, um valor que no mundo dos EVs começa a ser muito apetecível.

“Façam um test-drive a ambos num concessionário da marca e tirem as vossas próprias conclusões”

É certo que já tínhamos o Dacia Spring, a menos de 20.000€. Mas, sem desprimor para o modelo romeno, o ë-C3 é “um carro verdadeiro”. E é ele, e outros produzidos na mesma plataforma, que tem o potencial para abanar o mercado.

Não confiem, testem os carros elétricos

Claro que os mais cínicos poderão argumentar que o C3 mais barato a gasolina fica por menos de 16.000€, e que isso é uma grande diferença face à versão elétrica.

Ao que eu respondo: sim, mas não comparemos a obra-prima do mestre com a prima do mestre d’obras. É que a plataforma 100% elétrica (há também um “mild hybrid” na gama) dá 10-0 à versão a gasolina. E nem têm que confiar na minha palavra – basta fazerem um teste drive a ambos num concessionário da marca e tirarem a vossas próprias conclusões.

Citröen e-C3 Carros Elétricos

Atrás do ë-C3 virão outros modelos de carros elétricos do grupo Stellantis, como é o caso do novo Fiat Grande Panda – com um preço igualmente nos “vintes” mas até um pouco maior e mais espaçoso.

E a mesma Stellantis já está a começar a vender em Portugal o ainda mais barato Leapmotor T03 (menos de 20.000€), um veículo criado na China, mas montado na Polónia, numa fábrica criada através de uma joint-venture entre o grupo europeu e a Leapmotor, na qual a Stellantis tem uma quota de 51%.Conduzi também há uma semanas o Dongfeng Box, um citadino surpreendentemente “luxuoso”, embora menos capaz do que os já referidos produtos da Stellantis, mas também com um preço interessante, embora não tão competitivo como podia ser (26.750€) porque a União Europeia não deixa.

Vamos assistir, em 2025, a um crescimento ainda maior dps carros elétricos, fruto da chegada destes carros mais baratos ao mercado.

É por isso que eu olho para as estatísticas de venda de EVs em 2024 e que me rio com as conclusões apressadas de quem nelas vê uma perda de interesse dos consumidores por carros com este tipo de motorização: vamos assistir, em 2025, a um crescimento ainda maior, fruto da chegada destes carros mais baratos ao mercado.

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Até agora, os EVs eram uma aposta economicamente interessante sobretudo para as empresas que, em vez de carros alemães a combustão, “ofereciam” carros elétricos aos seus quadros médios e superiores, beneficiando da fiscalidade vantajosa.

Além das empresas, têm sido poucos os consumidores finais a sustentar o mercado (sobretudo em Portugal). Entre estes encontramos consumidores que gostam de apostar em produtos e equipamentos com novas tecnologias, mal estes chegam ao mercado (os típicos “early adopters”) e aqueles que têm condições para carregar o seu EV em casa ou no trabalho.

Agora, com esta nova geração de carros a chegar ao mercado, vamos passar a ter “EVs para todos” e, com eles, a massificação dos EVs. A partir deste ano, não iremos propriamente assistir ao princípio do fim dos carros a combustão: é mesmo o fim do fim.

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