Já conduzimos o Polestar 4

O Polestar 4 revela-se um automóvel 100% elétrico que nasceu para rolar na estrada. O conforto dos ocupantes e a boa autonomia que consegue fazem do modelo um estradista.

Um SUV Coupé sem vidro traseiro

Finalmente a chegar às estradas portuguesas, o Polestar 4 suscitou um interesse especial quando foi lançado por ser o primeiro automóvel de passageiros sem vidro traseiro.

Apresentado pela marca sueca como um SUV Coupé, o Polestar 4 ostenta as dimensões e caraterísticas de um SUV, mas o aspeto de um coupé. De interior muito amplo, tem no entanto uma curta distância ao solo, o que lhe permite prestações muito boas na estrada.

Uma insonorização impressionante

Conduzimos o Polestar 4 por estradas e autoestradas a partir de Madrid. As primeiras sensações não foram nenhuma surpresa. O interior do Polestar 4 é muito confortável, utilizando materiais muito agradáveis ao toque e de aspeto muito robusto.

Mas quando o automóvel começa a rolar, a qualidade da construção e dos materiais faz-se sentir na insonorização do modelo, que é verdadeiramente boa e surpreendente. Temos a sensação de utilizarmos earbuds com cancelamento de ruído.

E este é um dos pontos que nos faz dizer estarmos perante um estradista por excelência. A insonorização é um elemento de conforto que foi muito apreciado nos cerca de 400 quilómetros que fizemos pelas estradas espanholas.

Polestar 4 com autonomia de sobra

O Polestar 4 é proposto em duas versões Long Range, que nos dão autonomias WTLP de até 620 km com o Long Range Single Motor e de até 590 km com a versão Dual Motor.

Na estrada, fomos testemunhas de que estes números são facilmente atingidos. O Polestar Dual Motor Performance com que fizemos a primeira parte da viagem chegou ao destino após 200 quilómetros com ainda 62% da carga da bateria.

Este é um número que se destaca e que é a segunda razão por que afirmamos que o Polestar 4 é um estradista. Os 200 quilómetros foram feitos sem preocupações de consumo, utilizando sempre o ar condicionado e, quando em autoestrada, mantendo velocidades da ordem dos 130 km/h e fazendo ainda dois picos de velocidade para constatar a resposta e comportamento do automóvel.

Na viagem de regresso feita com o Polestar 4 Long Range Single Motor (que anuncia uma autonomia de até 620 quilómetros), regressámos ao Polestar Space de Madrid com ainda 24% da bateria após 400 quilómetros.

Uma marca que aposta na performance

O Polestar 4 permite uma condução que se ajusta ao estilo do condutor, podendo ser mais suave ou mais ágil, mas sempre com uma resposta pronta.

A versão Single Motor tem um binário de 343 Nm, ao passo que a versão Dual Motor o dobra para 686 Nm, graças aos dois motores montados em cada eixo.

Como estamos a falar de motores elétricos, a resposta é imediata. É assim que a versão Single Motor demora 7,1 segundos a ir dos 0 aos 100 km/h e a versão Dual Motor consegue números que se encontram em automóveis de competição: atinge os 100 km/h em apenas 3,8 segundos.

Estes valores são conseguidos em automóveis que pesam bem mais de duas toneladas (2.355 kg o dual motor e 2.230 kg o single motor), o que diz bem do trabalho dos engenheiros da Polestar.

Conforto superlativo

Regressemos ao interior do automóvel, para vos falarmos do conforto dos passageiros. E esta é uma outra razão que nos leva a dizer que o Polestar 4 é um estradista.

Graças ao ajustamento fino, o condutor consegue uma posição de condução muito boa, e o espaço e conforto de quem se senta ao lado é muito bom.

Já na fila traseira, com a possibilidade de se sentarem 3 passageiros, é com 2 passageiros que se atinge o máximo do conforto.

O espaço para as pernas está ao nível de uma berlina e os bancos são reclináveis. A ausência do vidro traseiro poderia tornar a fila traseira mais obscura. Mas tal não acontece porque o teto de vidro eletrocrómico fornece muita luz ao habitáculo, ao mesmo tempo que impede o encadeamento.

Há já várias marcas no mercado que propõem imagem de câmara no retrovisor, mas o Polestar 4 é o primeiro modelo sem vidro traseiro e, consequentemente, com a obrigatoriedade de a visão do que se passa atrás do veículo ser feita através de imagens captadas por uma câmara.

A imagem da câmara no retrovisor

Fomos avisados pelo staff da Polestar para o facto de a imagem da câmara no retrovisor necessitar de um período de habituação e a verdade é que nos foi difícil focar a imagem. Mas a solução é bom e há muito mais informação quando olhamos para o retrovisor.

Julgo que o principal problema está na posição do próprio retrovisor, mas perto da cabeça do condutor do que é normal, o que leva a que seja necessário ajustar a focagem dos olhos quando queremos ver o retrovisor.

Independentemente dessas dificuldades, a imagem no retrovisor é muito nítida, fazendo a câmara de alta definição um bom trabalho.

Uma coisa que notámos foi um pequeno ressalto na imagem de quando em vez, que dificulta a real perceção da distância a que estão os automóveis que nos seguem.

Ecrã onde tudo se passa

O automóvel está equipado com um ecrã de 15,4 polegadas montado na horizontal e é o primeiro da marca com o sistema operativo Android Automotive. Além do ecrã, o Polestar 4 tem um ecrã com as principais informações para a condução atrás do volante e ainda um head-up display.

No ecrã, é possível fazer uma muitos ajustes à condução, desde o nível de resistência do One Pedal Drive até ao tipo de suspensão ou de resposta do volante, entre outros.

Os sistemas de segurança são outro dos motivos para afirmarmos o Polestar 4 como um estradista. O automóvel tem doze câmaras, um radar e doze sensores ultrassónicos.

O Polestar 4 dispõe de condução autónoma de nível 2, que permite a mudança e faixa e que atua quando deteta que o condutor não está em condições, ligando os 4 piscas e encostando automaticamente à berma. Este é um sistema útil e que funciona bem, como tivemos oportunidade de testar no regresso a Madrid.

Os planos da Polestar

A viagem organizada pela Polestar levou os jornalistas até Caserio de Dueñas, uma quinta que também é um exclusivo hotel. Foi neste ambiente que os responsáveis pela marca revelaram os planos da Polestar para os próximos anos.

Assim, a marca sueca vai aumentar a sua oferta com dois novos automóveis até ao final de 2026. São eles uma berlina que chegará ainda em 2025, e um roadster que deverá ser apresentado em 2026.

O Polestar 4 Long Range Single Motor está à venda a partir de 66.700€ e o Polestar 4 Long Range Dual Motor é comercializado a partir de 73.700€. Às versões de série, a marca propõe os pack Performance, Pilot, Pro e Plus.

Com os seus modelos inicialmente fabricados na China (apesar de sueca, a Polestar faz parte do portfólio da Geely), a marca iniciou agora a produção nos Estados Unidos e, brevemente, na Coreia do Sul.

Com a entrada em produção destas duas fábricas, a Polestar consegue assim contornar as taxas aduaneiras adicionais de que os automóveis construídos na China estão a ser alvo na Europa, Estados Unidos e Canadá.